A Agência Nacional de Vigilância Sanitária lançou nesta sexta-feira uma cartilha para esclarecer os benefícios e as limitações do armazenamento do sangue de cordão umbilical. Um dos objetivos é orientar futuros pais que veem na coleta uma forma de garantir o tratamento de doenças do filho.
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– Queremos esclarecer, trazer todas as informações necessárias para que as pessoas possam questionar: vale a pena recorrer a um serviço particular? – diz o gerente-geral de Sangue, Tecidos, Células e õrgãos da agência, Daniel Coradi.
Segundo ele, há 17 bancos de sangue privados de cordão umbilical no país, que juntos armazenam aproximadamente 70 mil bolsas. O material, coletado no parto, é visto pelas famílias como precaução terapêutica: a criança quando crescer ou algum membro da família poderia se valer das células-tronco para o tratamento de doenças.
O texto da cartilha explica que o cordão umbilical é uma alternativa no tratamento de doenças hematológicas, por ser rico em células-tronco, porém são raros os relatos de transplantes de sangue de cordão autólogo (no próprio doador) no mundo e não há estatísticas quanto à eficácia desse tipo de procedimento.
“Nem sempre será possível utilizar o próprio sangue de cordão armazenado. Este uso é contra-indicado em algumas situações. Por exemplo, para tratar doenças de origem genética, como certas leucemias (a causa mais comum de transplantes realizados na infância), uma vez que o sangue do cordão pode carregar o mesmo material genético e os mesmos defeitos responsáveis pela doença manifestada”, diz o texto da cartilha.
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A legislação proíbe que os bancos privados façam transplantes usando o material de uma pessoa para tratamento de outro paciente. Nos bancos privados, os custos são arcados pelo contratante.
A maioria dos transplantes usa células-tronco do sangue do cordão armazenado em unidades públicas. Mais de 10 mil pacientes no mundo foram tratados desta maneira, segundo a Anvisa. Para ter acesso é preciso apenas que haja compatibilidade. Quando não há material compatível, a busca é feita em bancos de sangue umbilical do exterior, com os quais o país tem convênio. Segundo Coradi, a prática é comum.
– Recebemos, em média, dois pedidos semanais – afirma Coradi.
Há a possibilidade de o SUS financiar o uso do material do doador ou parente, se estiver disponível. Segundo Coradi, a chance de uma criança necessitar das próprias células-tronco é baixa – das 45.661 unidades de sangue de cordão armazenadas nos bancos até 2010, só 3 foram usadas em transplante na própria pessoa.
– Em muitos casos, o uso do sangue de cordão armazenado é contraindicado. Isso porque pode ter o mesmo defeito.
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Para acessar a cartilha na íntegra, clique aqui.