Santa Catarina registrou no ano passado 15 mortes violentas intencionais por cada 100 mil habitantes, segundo dados do 11º Anuário da Violência, divulgado nesta segunda-feira. Em comparação com 2015, o crescimento foi de 4,9%, o segundo consecutivo conforme os levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, responsável pelo estudos.
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Neste quesito estão incluídos os assassinatos por homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte e latrocínio, que é o roubo seguido de morte. O aumento é o maior entre os três Estados do Sul do Brasil. O Rio Grande do Sul teve queda de 6%, enquanto no Paraná o dado subiu 1,9%. SC teve a décima maior subida entre os 17 Estados que registraram elevação na comparação com o ano anterior. Mesmo assim, continua com o segundo melhor índice do país, atrás apenas de São Paulo, que teve 11 mortes para cada 100 mil.
Nos números absolutos, o crescimento nos homicídios dolosos foi de 8,1% em SC. Os casos cresceram de 827, em 2015, para 894, em 2016. Nos latrocínios houve uma queda de 12,6%, enquanto as lesões corporais seguidos de morte subiram 33,3%. Os registros de pessoas mortas em confronto com as polícias tiveram leve queda: de 63 para 62 ocorrências. Entre os policiais em serviço, houve um caso no ano passado (relembre aqui), enquanto em 2015 esse tipo de crime não havia sido registrado no Estado. Nas situações fora de serviço, SC teve dois assassinatos de policiais. No ano anterior foi um.
Entre os casos de suicídio, SC registra novamente um índice negativo. O Estado lidera no dado de mortes por cada 100 mil habitantes, com 9,9. São Paulo está em segundo lugar com 9,6. As cidades catarinenses tiveram 685 suicídios no ano passado contra 631 de 2015.
Florianópolis tem piora nos índices
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Em 2015, a Capital catarinense era a que tinha o segundo menor índice de assassinatos entre as 27 capitais brasileiras. No ano passado, no entanto, a cidade caiu para a quarta posição. O crescimento entre um ano e outro foi de 42,4%. Nos números absolutos, Florianópolis registrou 84 ocorrências contra 58 de 2015.
SC não contabiliza feminicídios
O Anuário escancarou nos dados um problema de análise dos casos de violência contra a mulher em Santa Catarina. Dos 127 assassinatos em que as vítimas foram mulheres, nenhum deles foi enquadrado com a qualificadora de feminicídio. No Brasil, na taxa por 100 mil habitantes, houve um crescimento de 11,4% nos registros. Nas mortes de mulheres, SC teve aumento de 19,8% na comparação com 2015, o quinto maior do país.
Nas tentativas de estupro, o Estado é o que mais teve casos no índice por 100 mil em 2016: 10,2. Na comparação com 2015, a queda foi ínfima, de 0,8%. Nos números absolutos, foram quatro casos a mais. Em estupros consumados, a elevação em SC é de 12,1%, com 44,6. Esse é o quinto pior índice do país atrás do Mato Grosso do Sul (54,4), Amapá (49,2) Mato Grosso (48,8) e Roraima (45,5). Reportagem do DC no final de semana mostrou a situação do atendimento a mulher em SC. Leia mais aqui.
61.619 pessoas assassinatos no país
Pelos números nacionais, o Brasil teve sete pessoas assassinadas por hora em 2016, com 61.619 casos ao todo, o maior número já registrado no país. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, é como se uma bomba atômica que atingiu Nagasaki, no Japão, caísse no Brasil por ano. Em comparação com 2015, houve um crescimento de 3,8%. A taxa de morte por cada 100 mil habitantes atingiu a marca de 29,9. As maiores taxas estão em Sergipe (64), Rio Grande do Norte (56,9) e Alagoas (55,9). Entre os policiais civis e militares, foram 437 mortes violentas no ano passado, com um crescimento de 17,5% em relação a 2015. A letalidade policial também teve aumento. Foram 4.224 pessoas mortas em decorrência de ações das polícias. O crescimento foi de 25,8%.
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Nos crimes contra o patrimônio, um carro foi roubado ou furtado no país por minuto em 2016. Ao todo, foram levados 1.066.674 veículos. Nos 12 meses de 2016, as forças de segurança apreenderam 112.708 armas no país.
Na violência contra a mulher, o estupros cresceram 3,5%, com 49.497 ocorrências. Além disso, uma mulher foi assassinada a cada duas horas no Brasil. Dos 4.657 casos, apenas 533 foram classificados como feminicídio, uma das qualificadoras do Código Penal que aumenta a pena para o acusado em caso de condenação.
Roubos seguidos de morto sobem 57,8% no Brasil
O latrocínio, que é o roubo seguido de morte, subiu 57,8% no Brasil entre 2010 e o ano passado, quando houve 2,5 mil registros ou sete casos por dia. No total, foram 13,8 mil assassinatos durante roubos desde 2010. De acordo com especialistas, a crise econômica associada a problemas em programas estaduais de redução de criminalidade – que perderam investimentos – é um dos fatores para entender os indicadores. Ainda assim, os bandidos não têm se desencorajado. No Rio, a situação é especialmente preocupante. Pernambuco (cujo número de casos saltou de 114 para 167) e Espírito Santo (de 35 para 53) são outros que tiveram altas proporcionais relevantes.
A liderança é do Pará, que subiu uma posição em relação a 2016. Rondônia passou da 20 para a 7 posição; Pernambuco pulou nove posições, sendo agora o 8. Os latrocínios cresceram em 19 Estados, como Rio e Pará, entre 2015 e 2016.
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