A diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) negou o pedido de alteração do traçado do contorno viário da Grande Florianópolis, proposto pelo prefeito de Palhoça, Camilo Martins. Em reunião na manhã desta quarta-feira, Jorge Bastos, diretor geral da entidade, frisou que a mudança inviabilizaria a obra, que tem início previstos para janeiro do ano que vem.

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O prefeito de Palhoça apresentou um traçado mais afastado da zona urbana, para que não houvesse impacto no trânsito de moradores da cidade (de um bairro para o outro). Diante da negativa, ele pediu então que fossem construídos mais túneis e viadutos, na tentativa de minimizar a interferência da nova rodovia – o que teria sido aceito pela agência.

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Na próxima sexta-feira, assessores técnicos da ANTT vão se reunir com os prefeitos dos municípios impactados pela obra do contorno (Governador Celso Ramos, Biguaçu, São José, Palhoça e Florianópolis). O encontro servirá para sanar dúvidas e acertar os detalhes do projeto. O trecho de Palhoça deve receber atenção especial, com trabalho conjunto de técnicos da agência e engenheiros da prefeitura.

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Em entrevista no dia 13 de agosto, ao anunciar o início das obras, Bastos já havia dito que o prazo só seria cumprido se não houvesse alterações no traçado. isso porque o estudo de impacto ambiental estaria em fase de finalização, com previsão de a Autopista Litoral Sul – concessionária do trecho Norte da BR-101 e responsável pela obra – entregar ao Ibama no fim deste mês.

O contorno viário da Grande Florianópolis deveria ter sido concluído em fevereiro de 2012. A obra é a mais vultuosa de todo o contrato de concessão da BR-101 e tem promessa de desviar o trânsito de 18 mil veículos pesados por dia da rodovia.

As interferências de Palhoça no projeto contorno

Palhoça está arrolada na polêmica do contorno desde março de 2012, quando o então prefeito Ronério Heiderschei comunicou que havia permitido a construção de um condomínio residencial exatamente no local por onde passaria a rodovia.

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Um novo projeto foi feito e apresentado um ano depois. A nova versão tinha como base o projeto original, mas com mudanças no trecho sul, contornando o então condomínio – o que fez dobrar o custo da obra (orçada em cerca de R$ 400 milhões), devido a necessidade de construir túneis.

Veja em mapa a última mudança solicitada pela prefeitura de Palhoça

Para garantir a viabilidade do empreendimento, prefeitos dos três municípios cortados pelo contorno (Biguaçu, São José e Palhoça) assinaram um termo com o compromisso de que a versão do traçado seria a definitiva. A documentação foi enviada ao Ministério dos Transportes e serviu como novo ponto de partida para o projeto – quando a Autopista deu início ao estudo para o licenciamento.

Quem assinou por Palhoça foi o presidente da Câmara de Vereadores, Pitanta, que na época assumia como prefeito interino.

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