A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou nesta sexta-feira (18) que o ritmo das obras de construção do Contorno Viário de Florianópolis só será plenamente retomado no fim deste mês de janeiro. O trabalho no trecho que deverá desviar o tráfego pesado das regiões centrais de Biguaçu, São José e Palhoça, na Grande Florianópolis, vem sofrendo nos últimos meses, com constantes paralisações.

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Conforme a ANTT, em todos os casos, houve problemas entre a construtora contratada para fazer a obra e a concessionária Arteris Litoral Sul, que é a responsável pelo empreendimento. A construtora acabou sendo dispensada pela Arteris, após três paralisações nas atividades.

Segundo a ANTT, uma nova construtora foi contratada pela Arteris. No dia 8 de janeiro, eles retomaram os trabalhos, recontrataram os funcionários da antiga empreiteira que tinham sido dispensados e colocaram as máquinas no canteiro de obras.

A ANTT diz que, apesar das paralisações, isso não deve impactar o cronograma das obras, previstas para serem entregues apenas em dezembro de 2021.

Sobre as ocorrência dessas e de eventuais novas paralisações, a ANTT informou que não tem como intervir na contratação entre a Arteris e as construtoras que executam a obra. Isso porque o contrato firmado entre o governo e a concessionária deixa claro que cabe à empresa a subcontratação de outras companhias que prestem serviços específicos.

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No entanto, caso o prazo de entrega das obras não seja cumprido, a agência afirma que poderá multar a Arteris. Os valores serão calculados com base nos dias em que a entrega acabe atrasando.

Em uma nota encaminhada à imprensa, a construtora Salini Impregilo, que estava à frente das obras, informou que estava com dificuldades financeiras, que foram geradas por falhas no projeto de construção da rodovia e também por atrasos nos repasses.

Devagar, quase parando

O contorno viário da Grande Florianópolis tem o objetivo de desviar o tráfego de longa distância que atualmente passa na BR-101 na região de Florianópolis. Os estudos realizados preveem redução de aproximadamente 20% na intensidade desse tráfego. Mas as obras, que inicialmente deveriam ficar prontas em 2012, enfrentaram diferentes problemas ao longo dos últimos anos.

Em novembro de 2018, a Construtora Salini Impregilo decidiu demitir funcionários e reduzir o ritmo das atividades. De acordo com a Arteris, a construtora alegou que não tinha condições financeiras para seguir executando o contrato. À época, a concessionária afirmou que os repasses de dinheiro para a Salini Impregilo estavam em dia.

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Já em outubro deste ano, os funcionários da Salini Impregilo entraram em greve. Os trabalhadores exigiam reajuste de salários. Os trabalhos obras ficaram parados por 11 dias, até que a Justiça do Trabalho determinou multa diária aos trabalhadores, caso mantivessem o protesto.

A obra está prevista para ser entregue em 2022. Quando terminar, o contorno deverá ser usado, principalmente, para desviar o tráfego de caminhões pesados que atualmente precisam cortar as regiões centrais de Biguaçu, São José e Palhoça, o que ajuda a complicar ainda mais o trânsito nessas áreas.