Quando Antônio Cícero começou a escrever poesia, uma corrente vanguardista havia passado pelo Brasil, libertando os escritores das doutrinas então impostas na escrita e permitindo a experimentação.
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De lá pra cá, a poesia contemporânea não estacionou: ela continua em mutação e, para explicar essas mudanças, o poeta conversa hoje com o público da Feira do Livro de Joinville. A palestra “A Escrita da Poesia, Ontem e Hoje”, que será apresentada hoje às 19 horas, no palco principal da Feira, é o ponto alto da programação do dia.
– Quando a poesia começou a ser lida e não só musicada, criou-se um obstáculo. De todas as artes, ela é a que menos atrai espectadores – avalia o poeta. A conversa dele com os visitantes da feira será para desmitificá-la, tratando do sentido da poesia e buscando atrair novos olhares dos leitores.
– A poesia tem que ser lida de uma maneira muito especial, precisa de dedicação. Só que nos tempos atuais ninguém tem tempo para isso. Quando há, atingimos outra dimensão – afirma o poeta.
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Antônio Cícero pode não ser um nome popular entre os não-leitores de poesia, mas algumas de suas obras são bastante conhecidas do grande público: são dele a autoria de letras de música como “À Francesa”, “Fullgás” e “Para Começar”. O carioca é irmão da cantora Marina Lima e foi a partir das canções dela que ocorreu o “nascimento” de Cícero como poeta. Formado em filosofia, hoje ele é colunista do jornal “Folha de S.Paulo” e ministra palestras sobre poesia e filosofia.