Desde 1920, a casa na esquina das ruas Dr. João Colin e Alexandre Döhler é referência para os moradores de Joinville. Era a residência de Fernando Tilp, o dono da loja de “secos e molhados” – um tipo de empreendimento onde era possível encontrar de tudo, de alimentos a brinquedos – que funcionou até os anos 1980, contrariando até o último momento o desenvolvimento comercial da cidade.

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Há quatro anos, no entanto, o dono do imóvel e herdeiro de Tilp, Marcos Dauner, encontra empecilhos para manter o legado. Tombada como patrimônio histórico pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC), a casa quase centenária precisa de restauração, mas o proprietário não consegue autorização para começar as obras.

A última reação de Dauner à situação foi a fixação de avisos nas janelas. Neles, anuncia que o imóvel está sujeito à queda de telhas e madeiramento, mas que aguarda resposta da FCC para tomar providências – por ser tombado como patrimônio estadual desde 2001, ele não pode fazer a reforma sem consentimento da Fundação Catarinense de Cultura.

Segundo o proprietário, o primeiro pedido de autorização para o restauro foi feito em 2010. Desde então, o imóvel já passou por vistorias da FCC, que fez pedidos de alterações no projeto. Mesmo depois de atendidas as especificações, a assinatura não vem – e a antiga Casa Tilp continua sem reparos.

O último uso para o imóvel foi pela Panificadora da Vila II, que permaneceu no local durante 18 anos e mudou para novo endereço em agosto do ano passado. Desde então, como o telhamento está prejudicado, ocorrem invasões ao local durante a noite, comprometendo ainda mais a estrutura.

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De acordo com a diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural da FCC, o projeto arquitetônico apresentado inicialmente não atendia às especificações técnicas necessárias e, por isso, na próxima terça-feira, 27 de maio, especialistas da área farão uma visita para vistoriar o prédio e buscar alternativas em relação à técnica de restauração mais adequada.

A Fundação Catarinense ainda informou que intervenções em imóveis tombados precisam ter aprovação antes de qualquer execução, mesmo as mais simples, e que o contato pode ser feito diretamente pelo proprietário. Senão, a notificação pode ser feita pela Prefeitura.