Chega neste sábado no Brasil um medicamento injetável que pode reduzir os efeitos da fumaça tóxica no organismo dos pacientes internados nos hospitais gaúchos.
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Vinda dos Estados Unidos, a hidroxicobalamina serve como um antídoto para o cianeto, elemento químico venenoso depositado no corpo dos jovens que aspiraram a fumaça tóxica contendo ácido cianídrico.
Pouco disponível no país, o material foi recomendado por médicos norte-americanos durante teleconferência realizada na tarde de hoje, reunindo médicos gaúchos, brasileiros e estrangeiros pelo serviço Telesaúde, do Ministério da Saúde.
Segundo o professor da Faculdade de Medicina e chefe da unidade de endoscopia respiratória do Hospital de Clínicas de Porto Alegre Hugo Goulart de Oliveira, a substância age mais no início do problema, mas deverá ajudar no caso dos feridos de Santa Maria:
– A substância minimiza o efeito do cianeto na mitocôndria. Mas como identificamos pacientes com níveis bastante elevados de cianeto, não se sabe se o efeito é imediato.
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O antídoto injetável para tratar as vítimas de Santa Maria chega ao Brasil neste sábado pela manhã. O voo é o 243 da American Airlines, previsto para pousar às 9h50min no Aeroporto Internacional de Brasília. A Força Aérea Brasileira prepara uma operação para encaminhar imediatamente esses medicamentos para o Rio Grande do Sul. Parte dele vai para Porto Alegre e outra parte a Santa Maria, entregues aos hospitais onde estão os sobreviventes.
O médico Márcio Rodrigues, especialista em medicina de emergência do Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre, explica que o cobalto (substância da hidroxicobalamina) retira o cianeto do organismo, porém há pouca evidência científica sobre a eficácia desse medicamento, por isso sua prescrição será feita a critério de cada médico, caso a caso.
– Não há estudos que assegurem em que momento ela pode fazer efeito. Vamos testar – afirma Rodrigues.

