Cerca de 30 mil pessoas, segundo a polícia militar, e 40 mil conforme os manifestantes, protestam a dois quilômetros na única via de acesso ao Estádio Castelão, palco do jogo entre Brasil e México às 16h.
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O objetivo da multidão é chegar perto da Arena e clamar contra a corrupção, reclamar pela insuficiência dos serviços públicos e exigir auditorias nos gastos das obras do Mundial.
Os primeiros choques já aconteceram. Há carros incendiados.
A Polícia teme que o público para a partida seja prejudicado, já que a passeata impede a passagem dos torcedores na direção da Arena. Se o estádio não lotar, será este o motivo, já que todos os ingressos foram vendidos.
A manifestação foi convocada pelas redes sociais, especialmente o Facebook, desde ontem à tarde. Já era para ter sido realizado algo do gênero no treino realizado no Presidente Vargas, mas um atraso na saída dos estudantes do local marcado prejudicou o ato.
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Desta vez, entretanto, o protesto é gigante. Estive na zona de conflito. Dava para ver a multidão se aproximando das cercanias da Arena, na direção do pelotão de choque.
– Em três filas horizontais, vocês aqui! Ali, uma vertical, se precisar entrar! – orientava o subcomandante de policiamento de Fortaleza, coronel Marcelo Furtado, quando percebeu a multidão descendo da área do supermercado Makro, na Avenida Alberto Craveiro, um ponto de encontro definido no Facebook.
– Tínhamos informações dando conta de que o confronto será inevitável – me disse Furtado antes do conflito.
– Eu não comprei ingresso por que não tenho dinheiro. É muito caro. Quero ir até lá protestar. Qual o problema? – perguntou um anônimo que se desprendeu da multidão e foi conversar com o coronel.
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Como transitei entre os soldados, vi que todos estavam fortemente armados: pistolas, metralhadoras para disparar balas de borracha e bombas de gás lacrimogênio nos coletes. Estavam todos com farta munição. O clima era tenso entre os pelotões. Os manifestantes gritavam para os repórteres:
– Nós estamos desarmados, eles não. Vocês estão vendo! – disse um deles, em tom ameaçador, cerca de 20 minutos antes de o confronto eclodir.
Confira as fotos do confronto entre policiais e manifestantes: