Antes de ter a filha roubada do ventre, há exatamente uma semana, a grávida morta em Canelinha, na Grande Florianópolis, revelou a uma amiga que estava desconfiada da insistência que a suposta autora manifestava por uma aproximação e do interesse que ela exibia por sua gestação. A informação foi apresentada em depoimento nessa quarta-feira (2), à Polícia Civil, por uma testemunha que conhecia ambas as mulheres – a vítima e a suspeita pelo crime.  

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Conforme o delegado responsável pela investigação, Paulo Alexandre Freyesleben e Silva, todas as testemunhas ouvidas reforçaram a versão de que a gestante de 36 semanas saiu de casa com a autora horas antes de desaparecer. Uma das testemunhas ouvidas contou, em depoimento, que recebeu um convite para o falso chá de bebê, mas que o encontro teria sido desmarcado “em cima da hora” pela suspeita do crime. 

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– Provavelmente (convidou uma amiga da gestante) para que a vítima se sentisse a vontade em ir com a autora até o chá, pois teria uma amiga muito próxima lá – pondera o delegado.

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A mulher presa pelo crime havia contado à polícia que planejou a ação com dois meses de antecedência, no mínimo, porque havia sofrido um aborto anteriormente, mas mantinha o assunto em segredo, motivo porque escolheu uma gestante com tempo de gravidez similar ao que ela estaria.

– O laudo pericial que recebemos apontou que a autora não foi submetida a parto recente. Aparentemente, ela estava grávida em novembro do ano passado, mas perdeu em janeiro. Os três médicos que a atenderam no hospital foram uníssono que não havia vestígio algum de parto recente – acrescenta o delegado, que aguardava novos laudos e a extração do conteúdo existente no telefone celular do casal preso para concluir a investigação.

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Além da mulher que admitiu ter cometido o crime sozinha, o marido dela também foi preso em flagrante. Os dois continuam detidos e a participação do homem é investigada pela polícia, de acordo com o delegado:

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– Estamos analisando a participação dele, não na execução do crime em si, mas alguma forma de auxílio moral ou material. 

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Bebê passa bem

Os cortes na barriga da gestante morta foram feitos com um estilete, arma que também causou ferimentos a bebê. A recém-nascida foi hospitalizada na Capital catarinense na sexta-feira (28), onde foi medicada com antibióticos e remédios para a dor, devido às lesões. 

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Uma amiga da vítima informou que a recém-nascida está bem, mas não detalhou se a criança já recebeu alta do hospital, atendendo a pedidos da família. 

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Relembre o caso

Uma mulher grávida de 36 semanas desapareceu na quinta-feira da semana passada (27), depois de sair de casa de carona, para um chá de bebê surpresa. Ela foi encontrada morta no dia seguinte (28) em uma cerâmica de Canelinha, na Grande Florianópolis, com o ventre aberto e sem o bebê.

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Duas pessoas foram presas suspeitas de envolvimento com o crime. Segundo a Polícia Civil, uma delas é amiga da vítima, que teria atingido a cabeça da gestante com um tijolo e cortado a barriga dela para retirar o bebê, e a outra é o companheiro da suspeita do assassinato.

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Após o crime, a amiga da vítima teria ido ao hospital de Canelinha e apresentando a criança como filha. Ela alegou ter tido um parto espontâneo com a ajuda de terceiros. A equipe médica, no entanto, constatou que não havia indícios de parto recente na paciente e encaminhou a criança ao Hospital Infantil de Florianópolis, pelo fato de que ela apresentava cortes pelo corpo.

Os suspeitos foram levados à Delegacia de Polícia Civil de Tijucas, onde a mulher contou ter planejado o crime há pelo menos dois meses, quando decidiu que encontraria uma criança para substituir a que havia perdido em janeiro, em um aborto. O marido disse não ter conhecimento sobre os fatos, mas segue detido enquanto as investigações não são concluídas. O nome da mulher e do marido presos não foram divulgados por causa da Lei de Abuso de Autoridade.

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