O Ministério Anjos do Hip Hop é um dos poucos selecionados do País que vão subir ao palco do 29º Festival de Dança de Joinville com um segundo propósito. Vencer na modalidade solo masculino avançado de danças urbanas é, sim, uma meta, mas há por trás da competição um interesse mais espiritual do que físico.

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Só o fato de se considerarem um ministério, e não um grupo de dança, explica a proposta que os sete integrantes perseguem há seis anos.

– O grupo surgiu para levar a palavra de Deus. Não costumamos mostrar agressividade ou sensualidade em nossas coreografias -, resume o Elesandro Gomes, 25 anos, que integra o conjunto desde o início.

Como grupo, é a primeira vez que o Anjos do Hip Hop participa da Mostra Competitiva, no entanto, os integrantes, de 15 a 27 anos, já suaram muito no palco do evento representando outros grupos.

Com o Fúria das Ruas, por exemplo, três dançarinos chegaram a ser bicampeões. Já como Anjos do Hip Hop, a atuação deles foi mais evidente no Festival de Dança Sacra de Joinville, onde, depois de sucessivas vitórias, hoje é atração de destaque da abertura do evento.

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Em 2009 e 2010, Anjos do Hip Hop passou a participar ativamente do maior festival de dança do mundo, mas só garantiu vaga nos Palcos Abertos. O ministério mistura vários estilos de danças urbanas, mas tem maior foco no hip hop dance.

Os dançarinos consideram o Anjos do Hip Hop um grupo restritivo. Os sete integrantes afirmam não abrirem espaço para qualquer um.

– É preciso ter afinidade com o nosso objetivo -, declara Elesandro.

Foi o que aconteceu com Jéssica Morgana Ladorucki, dançarina de jazz que foi conquistada pela batida do hip hop dos garotos do ministério.

“Keys to the Kingdom”, coreografia selecionados para a Mostra Competitiva, carrega a espiritualidade do grupo em passos de hip hop com inserções de vídeo dance. “É uma coreografia mais quebrada, acompanha mais o ritmo da música”, descreve o intérprete e coreógrafo Gian Fronza.

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Outra conquista recente do Anjos do Hip Hop foi a participação de Elesandro no 13º Festival Dança Viana, em Portugal. Com a coreografia “Memória Oculta”, o estudante de educação física ficou em quinto lugar na categoria de danças urbanas, além de ser o único dançarino brasileiro a ser selecionado.

– Consegui ficar em uma boa colocação entre 25 competidores -, lembra o dançarino, que também foi medalha de prata no Festival Internacional de Hip Hop de Curitiba e um dos concorrentes na semifinal de um concurso de dança de uma emissora.

Neste mês, os jovens dançarinos passaram a contar com uma sede própria para os ensaios e, por isso, devem deixar de usar uma sala cedida pela Escola do Teatro Bolshoi no Brasil. A Adipros abriu uma escola de dança sacra, próximo ao Lar Betânia, onde os dançarinos também vão oferecer aulas gratuitas.