Anjo Tintas encontra soluções verdes para lucrar

Com um faturamento anual de R$ 350 milhões, a Anjo Tintas e Solventes, de Criciúma, no Sul do Estado, foi buscar na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) suporte para alcançar as metas de seu planejamento estratégico, que prevê programas de ações traçadas até 2020.

Atrás de soluções sustentáveis, a companhia criou produtos inovadores como um thinner ecológico, que reduz em 80% a emissão de poluentes na atmosfera e vem sendo utilizado por multinacionais com certificação ISO 14.000, que estabelece normas irrevogáveis para gestão ambiental. Entre os clientes da Anjo estão grandes redes varejistas do setor de construção civil, como a Leroy Merlin e a indústria automotiva.

De acordo com o presidente da empresa, Felipe R. Colombo, de 28 anos, em 2013 a Anjo investiu R$ 1,4 milhão em inovação. A meta para este ano, no entanto, é elevar esse valor para R$ 2 milhões. Ele afirma ainda que outros R$ 9 milhões foram gastos na construção de uma nova fábrica de resina, com inauguração prevista para agosto.

– Além da parceria com a UFSC, investimos na obtenção de matéria-prima personalizada, adaptada às nossas necessidades, o que aumenta a qualidade e evita custos – destaca Colombo.

Tintas unem tecnologia e cuidados ambientais

Para Letícia Alves da Costa, pesquisadora do Laboratório de Controle de Processos da UFSC, os produtos da Anjo unem tecnologia para uma produção com o uso reduzido de recursos naturais e menor impacto ambiental, mantendo a eficiência.

A engenheira química cita como exemplos de boas práticas as tintas acrílica, que possui rendimento 80% maior que as tintas comuns do mercado, e a emborrachada, que reduz em até 3°C o calor nos ambientes, além de proporcionar um efeito acústico, com diminuição de ruídos em até cinco decibéis.

Foco na natureza

A adoção de práticas sustentáveis focadas na preservação do meio ambiente vem ganhando cada vez mais espaço entre as empresas do setor.

De acordo com dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati), atualmente 87% das tintas imobiliárias são à base de água. O uso desse recurso natural diminui muito o uso de solventes orgânicos nos produtos e ainda permite ganhos ambientais por reduzirem a emissão na atmosfera de compostos orgânicos voláteis (VOCs) – compostos que possuem carbono na composição, sendo alguns tóxicos e carcinogênicos, liberados por materiais sintéticos usados em acabamentos, como as tintas.

– Analisando o conjunto de estudos do setor, é possível perceber que as pesquisas estão concentradas nas quatro principais características buscadas atualmente para as tintas: sustentabilidade, multifuncionalidade, alta performance e ótima relação custo-benefício – afirma Dilson Ferreira, presidente-executivo da Abrafati.