A Anistia Internacional pediu a “suspensão do envio de determinadas armas” à coalizão liderada pela Arábia Saudita no Iêmen, após reunir “provas contundentes sobre crimes de guerra” que necessitam de “uma investigação independente”.
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Ao recordar que os Estados Unidos fornecem armamento principalmente à coalizão contra os rebeldes huthis, a Anistia assinala em um relatório divulgado nesta quarta-feira que há “novas provas de ataques aéreos ilegais” realizados por esta coalizão liderada por Riad.
Alguns destes bombardeios representam “crimes de guerra”, segundo Donatella Rovera, que liderou uma missão de investigação no Iêmen.
“As bombas caem dia e noite”, lamenta a organização de defesa dos direitos humanos, cujo relatório aborda especialmente a situação dos civis no norte do Iêmen, controlado pelos rebeldes xiitas huthis.
O documento analisa 13 ataques aéreos da coalizão árabe em Saada, feudo dos rebeldes, nos quais 100 civis morreram, entre eles 59 menores, entre maio e julho de 2015. A Anistia denuncia o uso de bombas de fragmentação, proibidas internacionalmente.
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A Anistia Internacional “pede a suspensão do envio (de armas e munições) a membros da coalizão liderada pela Arábia Saudita, que participam na campanha militar” contra os huthis, informa o relatório.
Desde março, a Arábia Saudita, líder de uma coalizão de uma dezena de países árabes sunitas, tenta expulsar os rebeldes huthis dos territórios que conquistaram no Iêmen, entre eles a capital, Sanaa, a partir do verão de 2014.
As ONGs acusaram a coalizão de ter cometido vários “atropelos” com os bombardeios “indiscriminados” destes últimos seis meses.
O relatório da Anistia denuncia um “assustador desprezo com a vida dos civis” por parte da coalizão, que classifica de “objetivos militares” cidades inteiras como Saada e Marran, no norte do Iêmen.
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* AFP