Desde a expansão da Disney nas décadas de 1930 e 1940, as animações perceberam as múltiplas possibilidades de inserir contextos sociais para, ao mesmo tempo em que agradavam seu público principal – as crianças –, satisfazer os adultos. A consequência: obras cada vez mais satíricas, dramáticas e inteligentes. É fácil detectar a ótica humanista, ambientalista e de inclusão que os filmes adotaram, passando pelas referências a outras obras ou se apropriando da natureza infinita da animação. Busque A Casa Assombrada, de 1929, e compare com qualquer uma das animações dos anos 2000, como O Homem Duplo (2006), O Congresso Futurista (2013) ou Persepolis (2007).

Continua depois da publicidade

Renée Zellweger “grávida” em novo filme de Bridget Jones

Diretora Anna Muylaert é convidada para integrar a Academia do Oscar

Afora os clássicos Branca de Neve e os 7 Anões (1937), Pinóquio (1940), Fantasia (1940), Bambi (1942), Cinderela (1950), Alice no País das Maravilhas (1951), A Dama e o Vagabundo (1955), A Bela Adormecida (1959), A Guerra dos Dálmatas (1961), Mogli – O Menino Lobo (1967), Aristogatas (1970), Puff – O Ursinho Guloso (1977), A Pequena Sereia (1989), Todos os Cães Merecem o Céu (1989), A Bela e a Fera (1991), Aladdin (1992), O Rei Leão (1994), Pocahontas (1995), Hércules (1997) e Mulan (1998), duas vertentes sempre me entusiasmaram: a francesa e a japonesa.

Obras-primas da França e do Japão

Continua depois da publicidade

O cinema melancólico de Sylvain Chomet, por exemplo, com As Bicicletas de Belleville (2003) e O Mágico (2010), é fabuloso. Nas animações orientais, além dos primorosos Túmulo dos Vagalumes (1988), Akira (1988), O Fantasma do Futuro (1995), Cinco Centímetros por Segundo (2007) e O Jardim das Palavras (2013), o cinema de Hayao Miyazaki aparece como um dos mais importantes da história. Somam-se à lista de obras-primas: O Castelo de Cagliostro (1979), O Castelo no Céu (1986), Meu Amigo Totoro (1988), Princesa Mononoke (1997), A Viagem de Chihiro (2001), O Castelo Animado (2004) e Ponyo: Uma Amizade que Veio do Mar (2008).

Qualidade nos últimos 20 anos

Nesta semana, os catarinenses podem desfrutar da nova aventura da Pixar, Procurando Dory, enquanto algumas animações francesas e japonesas serão exibidas na 15ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, que começa nesta sexta (1) no Cinema do CIC. Os cartões de visita são A Canção do Oceano e O Conto da Princesa Kaguya, ambos indicados ao Oscar.

Em outras mídias, como o Netflix, as possibilidades também são vastas. A qualidade das animações dos últimos 20 anos é destacável: O Gigante de Ferro (1999), Irmão Urso (2003), O Expresso Polar (2004), Mary e Max: Uma Amizade Diferente (2009), Como Treinar o Seu Dragão (2010), Detona Ralph (2012), A Origem dos Guardiões (2012), Frozen: Uma Aventura Congelante (2013), Uma Aventura Lego (2014), Divertida Mente (2015), O Bom Dinossauro (2015), Anomalisa (2015), Shaun: O Carneiro (2015), Zootopia (2016). Como disse certa vez o grande crítico americano Roger Ebert, “a animação, hoje em dia, carrega parábolas políticas enterradas debaixo de toneladas de charme”. Aproveite.