Com a autoridade de quem defendeu a zaga do Inter por sete anos e é o zagueiro com maior número de gols da história do clube, André Luís observa Índio atentamente. Ao ver o zagueiro marcar seu 25º gol e aproximar-se da marca de Figueroa, que tem 26, e da sua própria (28), o ex-jogador elogia o sucessor.

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– Eu tenho visto todos os jogos do Inter e ele está se sobressaindo pela ousadia. É um jogador que tem muita força, muito arranque. Está aprimorando cada vez mais o seu posicionamento. E, como zagueiro, sabe também como os grandes atacantes se posicionam na área e se espelha neles – disse, na manhã desta quinta.

Entre 1978 e 1985, André Luís participou de 358 partidas pelo Inter. Com a vantagem de ser batedor de pênaltis e faltas, aliada à boa impulsão para gols de cabeça, marcou 28 vezes. Agora, prestes a ver o recorde ser batido após 24 anos, já se conforma caso isso realmente aconteça:

– É claro que vou sair um pouco da história, porque não ficaria como o zagueiro que fez mais gols. Mas, por outro lado, futebol é assim mesmo. As pessoas que trabalham e são sérias merecem estar na mídia e na história. Se ele passar, parabéns a ele.

Depois que encerrou a carreira de jogador, André Luís virou técnico. No Gauchão deste ano, comandou o São José, de Porto Alegre. Desde o último dia 15, trabalha no Guarany, de Bagé, que disputa a Segundona. Como treinador, orienta os zagueiros dos seus times com conhecimento de causa. Faz treinamentos específicos de bola aérea ofensiva, situação em que os gols de defensores são mais comuns.

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E manda um aviso para Índio:

– Se ele começar a se preocupar em fazer gols, vai perder o elemento-surpresa e ainda vai desguarnecer a sua defesa. Eu sempre digo aos meus jogadores: zagueiro é zagueiro. Tem de pensar primeiro em defender. Quando tiver a oportunidade de sair, em uma situação de contra-ataque, se o técnico der liberdade, aí ele deve explorar isso.