O reitor da UFSC, Alvaro Toubes Prata, participará nesta quarta-feira, dia 15, de uma reunião da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) com o ministro da Educação, Fernando Haddad, para propor a abertura de um canal de negociações com os servidores das universidades que estão em greve há uma semana. Prata é vice-presidente da Andifes e concorda que as reivindicações da categoria são legítimas, mas até agora o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão não reconheceu a paralisação, que atinge 24 instituições de todo o país.
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Em reunião realizada na manhã desta segunda-feira, dia 13, no gabinete do reitor, a Administração Central da UFSC recebeu o comando de greve e assumiu o compromisso de não alterar o controle de frequência em função do movimento. Na reunião do Conselho Universitário (CUn) desta terça-feira o representante dos trabalhadores técnico-administrativos, Edevilson Ribeiro, deverá solicitar uma posição oficial da instituição sobre a paralisação e o compromisso desta em não retaliar os grevistas – postura que o reitor já adiantou no encontro de hoje.
O vice-reitor Carlos Alberto Justo da Silva também admite a legitimidade dos pleitos dos servidores, que incluem reajuste salarial, concessão de piso de três salários mínimos, isonomia salarial e de benefícios, racionalização de cargos e abertura de concursos para públicos para substituir a mão de obra terceirizada. Ele também gostaria de ver regulamentado o direito de greve dos funcionários, que foi garantido pela Constituição Federal de 1988, mas cuja regulamentação ainda é objeto luta dos sindicatos da categoria. “Somente assim haverá critérios claros em relação à data-base das negociações por reajustes, por exemplo”, afirmou o vice-reitor.
Números da adesão – O coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Santa Catarina (Sintusfc), Celso Ramos Martins, saiu da reunião ciente do apoio da Administração Central às reivindicações e satisfeito com a garantia de que o ponto eletrônico não será utilizado pelos centros de ensino para o controle de frequência dos servidores em greve. Ele disse que o movimento alcançou 100% de adesão na Imprensa Universitária e na telefonia; 90% no RU, Colégio de Aplicação, CFH e biblioteca; 80% na Prefeitura Universitária, NDI, DAE e Sala dos Conselhos; 60% na segurança e 50% no Centro de Ciências Biológicas.
Uma nova avaliação será feita hoje, a partir das 14h, em assembleia geral programada para o hall da Reitoria. O coordenador informou ainda que o Sintufsc mandará uma caravana de 50 pessoas a Brasília, na próxima quinta-feira, para participar do ato unificado dos servidores públicos federais, que também estão apresentando uma série de reivindicações ao governo federal.
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A questão da alimentação dos alunos cadastrados como de vulnerabilidade sócio-econômica e que vêm sendo afetados pelo fechamento do Restaurante Universitário durante a greve ainda está sendo resolvida pela pró-reitoria de Assuntos Estudantis. A estimativa é de que cerca de 1.200 alunos estejam nessa condição, e uma das opções é realizar convênios com restaurantes próximos da UFSC.
Por Paulo Clóvis Schmitz/jornalista na Agecom