A explicação básica para o número alto de jogadores lesionados no Grêmio neste início de temporada é o pouco tempo para recuperar os atletas após os jogos, além da pré-temporada muito curta (10 dias) em janeiro. Esses são os principais motivos identificados pelo preparador físico Anderson Paixão. Em uma longa conversa com a imprensa na tarde desta terça, após o treino, o profissional destacou pontos que ele considera importantes para que a sequência de lesões na equipe tricolor seja entendida.
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– A lesão muscular não pode ser considerada nem por excesso de trabalho, nem por pouco tempo. Falta é tempo para trabalhar, para recuperar – resumiu. – O jogo é uma intensidade máxima. No próximo trabalho, ele tem que fazer atividade de intensidade mínima, para recuperar. Faz corrida, faz musculação, mas teria mesmo que fazer um trabalho de força, mas aí dois dias depois ele já tem que jogar. Aí não dá, não tem tempo – completou.
Com Gauchão e Copa do Brasil, o Grêmio acaba tendo que disputar, quase sempre, um jogo no final de semana e outro no meio. Isso, segundo Anderson Paixão, prejudica a parte da recuperação dos atletas. O bom da maratona de jogos é o ritmo que os jogadores ganham.
– Se ganha por um lado, pelo ritmo de jogo, mas o jogador deixa de ganhar algumas valências, como força – destacou.
O estilo mais pegado do futebol gaúcho também pode colaborar para o risco de lesões, segundo o preparador físico, pela alta exigência dos jogos.
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– Temos que analisar o tipo do campeonato, que é muito disputado. É uma exigência maior, desgasta mais, e a pré-temporada foi curta. Se você faz uma pré-temporada adequada, com certeza o risco é menor – completou.
Justamente pelo desgaste, o Grêmio decidiu poupar alguns atletas que estavam sentindo um pouco mais nos últimos jogos. São os casos de Rafael Marques, Douglas e Fábio Santos, que não atuaram contra o Avenida e o Porto Alegre.
– Existe uma relação de força que tem que ter de uma musculatura para a outra. Quando é muito diferente uma para a outra, o atleta corre risco de lesão, então se trabalha em cima disso para que não ocorram lesões. Com jogo quarta e domingo, não tem como fazer esses exames com frequência. Precisamos de tempo hábil para isso. Então a gente prefere, em alguns casos, retirar atletas de jogos para recuperar – explicou. O rodízio também é uma questão técnica. Se não tem um jogador que possa suprir a necessidade de outro, tem que ser usado o jogador desgastado e não tem jeito – acrescentou.
Anderson Paixão encerrou a entrevista dizendo que não sente pressão por ser filho de Paulo Paixão, o coordenador da preparação física do Grêmio. Explicou que os dois trabalham juntos, com os outros profissionais, discutindo ideias.
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