Coque é um bairro de Recife (PE) com 30 mil moradores. O local é um dos mais violentos da cidade e tem problemas de saúde, educação, moradia e saneamento. Mas também é lugar de gente criativa e goleadora. O filho mais famoso do bairro é o centroavante Walter, do Fluminense. Porém, não é apenas ele que saiu do bairro e se destaca.

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O herói da classificação do Avaí na Copa do Brasil, Anderson Lopes, também é de Recife e enfrentou muitas dificuldades. Com 20 anos, o jogador mostra uma maturidade incomum para alguém tão jovem. No futebol ele ainda tenta alcançar o sucesso, mas na vida pessoal ele deixou a favela e hoje mora com a noiva em Florianópolis, onde está desde 2012, quando chegou à base do Leão.

Keity Marcelo é a mulher da vida do atacante azurra. Mesmo sem data para o casamento, os dois estão noivos e se preparam para a união. Religioso, ele crê que nada ocorre por acaso e que se encontrar uma barreira em seu caminho, o único jeito de superá-la é com trabalho. Sem reclamar.

O pai Walter

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Walter é mais que um amigo para Anderson Lopes. O jogador avaiano descreve o artilheiro do Fluminense como um pai. Isso por causa do cuidado que o atleta tricolor tem com Anderson. Desde criança Walter cuida do amigo mais novo.

– Quando eu era menor, lá em Recife, às vezes arrumava confusão no bairro. Em alguns casos, os garotos eram maiores que eu e o Walter não deixava ninguém me bater – lembra Anderson Lopes.

? Confira uma entrevista em vídeo com o atacante do Avaí

Antes da partida contra o ASA, Walter trocou mensagens com o atacante azurra. Mais uma vez foi o amigo de Coque que trouxe tranquilidade ao jovem atleta. Anderson sofria pressão por ainda não ter marcado no Leão. Mas depois da conversa com o centroavante, o jogador do Avaí ficou mais confiante e finalmente marcou pelo time profissional do Leão.

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– Ele disse para eu ter paciência, que a bola iria entrar. (Terça-feira) Foi o dia mais feliz da minha vida. Quero fazer história no Avaí – revelou.

Walter orienta e ajuda de longe. De perto, quem auxilia Anderson são os três tenores avaianos. Marquinhos, Eduardo Costa e Cleber Santana aconselham o menino.

– Gosto mais de escutar do que opinar. Eles me ajudam demais. É bom trabalhar ao lado deles – afirmou o atleta.

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Com o celular quebrado, Anderson ficou incomunicável o dia inteiro e não conseguiu falar com o amigo.

– Ele deve ter me ligado o dia inteiro – disse Anderson, com um largo sorriso no rosto.