Espiado por entre os galhos da centenária figueira da Praça XV, em Florianópolis, o Museu Histórico de Santa Catarina Palácio Cruz e Sousa atrai merecidos olhares, com sua importância histórica e beleza arquitetônica. Assentado sobre o número 227 da mais famosa área verde da cidade, o majestoso prédio terá as paredes lavadas.
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É o começo de um processo que inclui restauro, pintura externa e instalação de elevadores. Os andaimes já estão montados para os trabalhos. Porém, mesmo com o processo para as melhorias, o Palácio Cruz e Sousa seguirá aberto ao público.
Foto: Ricardo Wolffenbüttel /Agência RBS
ENDEREÇO E CONTATO
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Endereço: O Museu Histórico de Santa Catarina fica junto à Praça XV de Novembro, Centro de Florianópolis
Visitação: das 10h às 18h de terça a sexta e das 10h às 16h aos sábados e domingos
Ingressos: máximo R$ 5. Aos domingos, a entrada é gratuita
Foto: Ricardo Wolffenbüttel /Agência RBS
ALGUMAS DATAS
1770 ou 1780 – Época provável da construção do prédio que serviu de sede ao governo da Província
1839 – Serviços de pintura, carpintarias nas aberturas e madeiramento do telhado, decoração da “sala de respeito”, acortinamento dos interiores e aquisições de tapetes
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1895/1898 – Reforma radical promovida por Hercílio Luz
1905/1906 – Pintura externa, limpeza dos mármores das sacadas, reformas no telhado
1961/1966 – Construção de um jardim e lago artificial nos fundos do Palácio, em terreno da antiga Escola Normal Catarinense
1971/1975 – Substituição do telhado
1977 – É feita a primeira restauração e criado o Museu Histórico de Santa Catarina (MHSC)
1979 – O prédio ganha o nome de Palácio Cruz e Sousa em homenagem ao poeta catarinense
1984 – O museu é tombado como patrimônio histórico de Santa Catarina e iniciam-se novas restaurações
1986 – O Palácio é reaberto após restaurações
2005 – O prédio sofre novos reparos e restaurações
2007 – O museu recebe os restos mortais de Cruz e Sousa
2010 – Inauguração do Memorial Cruz e Sousa homenageando o poeta no jardim
Foto: Ricardo Wolffenbüttel /Agência RBS
ENTREVISTA
Andrea Marques Dal Grande, diretora de Patrimônio da Fundação Catarinense de Cultura
A diretora de Patrimônio da Fundação Catarinense de Cultura, entidade vinculada à Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, fala sobre os trabalhos que serão realizados no prédio do Museu Histórico de Santa Catarina Cruz e Sousa.
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Diário Catarinense – Que tipo de obra está prevista para se iniciar no Museu Cruz e Sousa?
Andréa Marques Dal Grande – Nos próximos 45 dias vamos atacar a lavação das fachadas, tratamento dos ornados, seguindo-se a pintura geral externa, que inclui esquadrias e grades metálicas dos muros.
DC – Simultaneamente existirão outros serviços?
Andrea – Sim, enquanto lavamos o prédio será atualizado o Memorial Descritivo dos serviços e orçamento da recuperação externa. Somente a partir daí teremos orçamento.
DC – O que está previsto para a parte interna do palácio?
Andrea – Os projetos contemplam reforma dos banheiros públicos adequando o uso para pessoas com deficiência física e colocação de elevadores.
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DC – O prédio tem infiltrações?
Andrea – A cobertura foi recuperada no ano passado e não há infiltrações.
DC – Existe ameaça a algum tipo de obra ou para a arquiteta do museu?
Andrea – Diretamente ao acervo ou à arquitetura não existe. Mas não se pode descuidar da conservação preventiva e das práticas que ela recomenda.
DC – Como está a questão do memorial Cruz e Sousa? Foi incluído nas obras?
Andrea – O edital de licitação será aberto dia 24 deste mês. São obras distintas, inclusive com natureza diversa e também com tipo de empreiteira para executá-la.
Convênio garante as obras na antiga Câmara de Vereadores
Em um dos lados da Praça XV, no Centro de Florianópolis, a poucos passos dos últimos paralelepípedos da cidade fundada pelo bandeirante que lhe dá o nome, o Palácio Dias Velho já tem concluído o edital que também lhe anuncia reforma e adaptação para museu.
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A restauração da antiga Câmara de Vereadores de Florianópolis conta com convênio firmado com o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) e a prefeitura. O custo é R$ 6,5 milhões. A prefeitura entra com R$ 2,5 milhões. O restante corre por conta do Iphan. Mas isso ainda depende dos vereadores, que precisam aprovar projeto repassando a administração do futuro museu a empresas especializadas.
A experiência existe em outras cidades através de um termo de referência e especificações que sinalizem a demorcratização do espaço, como a gratuidade de entrada para estudantes. O Iphan entendeu que o mesmo deva ocorrer nas obras que contemplam o conjunto arquitetônico histórico do centro da cidade, assim como o Mercado Público, o Museu Victor Meirelles e o Largo da Alfândega.
A Casa de Câmara e Cadeia de Nossa Senhora do Desterro foi construída em 1771 e tombada pelo município em 1984. A câmara ficava no piso superior e a cadeia no térreo. Ao longo do tempo, o casarão passou por reformas, perdeu características originais e serviu para finalidades diversas. Até 2005 abrigou o legislativo municipal. Foi Casa do Papai Noel, Museu do Carnaval e Casa do Coelho da Páscoa.
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Prédio deve abrigar museu tecnológico
O casarão de 865,9 metros quadrados está abandonado desde 2007, quando o Ministério Público (MP) interditou o local, mapeado como um dos locais onde moradores de rua usuários de drogas se juntavam. As portas foram lacradas e ourtos acessos foram fechados.
A proposta apresentada pelo prefeito Cesar Souza Junior é a de transformar o lugar em um museu tecnológico. Ele sonha alto e quer que os recursos se igualem aos que existem nos museus da Língua Portuguesa e do Futebol, em São Paulo. Com isso também pensa em fazer com que o espaço sirva para um resgate da história da cidade, passando pela ocupação dos índios carijó, à cidade de hoje, com ares de média grande.
Em 2010, a prefeitura chegou a lançar edital para recuperação do imóvel. Mas suspeitas levaram a revisão do convênio assinado com a ONG Diverscidade. O valor era de R$ 25 milhões, sendo que 10% do valor seria destinado à entidade privada, intermediária da restauração.
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No ano passado, o Ministério Público Estadual ingressou com ação na Justiça para responsabilizar criminalmente os envolvidos na tentativa de fazer a restauração. Sete pessoas foram indiciadas e responderão por improbidade administrativa.