Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) mudaram a projeção de que não haveria mais cortes na taxa básica de juros, a Selic, este ano. Agora, os analistas esperam uma queda de 0,5 ponto percentual na taxa, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC marcada para os dias 29 e 30 deste mês.

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Para o final de 2013, foi mantida a projeção de que a Selic ficará em 10% ao ano. Essa nova expectativa para este ano foi feita depois da divulgação da ata da última reunião do Copom, em que o BC indicou a possibilidade de novo corte na taxa, mas destacou que qualquer movimento de flexibilização adicional deve ser conduzido ‘com parcimônia’.

A alteração na estimativa também ocorreu após o governo anunciar, na última quinta-feira, mudanças na remuneração da caderneta de poupança. O governo temia a migração de investidores dos fundos de renda fixa para a poupança, com uma Selic menor. Esses fundos são formados por títulos públicos utilizados pelo governo na rolagem da dívida.

Com a queda da Selic, um fundo de investimento, a depender da taxa de administração cobrada pela instituição financeira, pode pagar menos do que a caderneta. Assim, para que o BC tivesse mais espaço para cortar a Selic, sem reduzir a demanda por títulos públicos, foi necessário fazer mudanças na remuneração da poupança.

A expectativa dos analistas do mercado financeiro indica que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar este ano em 5,12%, a mesma estimativa anterior. Para 2013, a projeção passou de 5,53% para 5,56%. Portanto, nos dois anos, por essas projeções, a inflação deve ficar acima do centro da meta, mas abaixo do limite superior de 6,5%.

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