A pouco mais de um mês da temporada de verão, os turistas e moradores de Balneário Piçarras não sabem em que condições vão encontrar a orla da Praia Central. A faixa de areia, castigada por seguidas ressacas entre 2011 e 2012, ainda não recebeu todo o material necessário para a recuperação. A obra de dragagem previa que 592 mil m³ de areia fossem depositados à beira-mar, mas conforme análise técnica da prefeitura, o serviço está incompleto.

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A Secretaria de Planejamento ainda faz o cálculo exato de quanta areia falta para terminar a obra, em um impasse que se arrasta há seis meses. O Ministério da Integração Nacional, responsável pela liberação de recursos e fiscalização do serviço, já foi acionado. A ideia é que o governo federal auxilie na busca de uma solução junto à Rohde Nielsen do Brasil – empresa que foi contratada para a obra e enviou à administração municipal um relatório, em março, oficializando a entrega de todo o material.

– Como está parcialmente concluído, ainda estamos com o projeto em aberto para a primeira etapa da recuperação – explica o secretário de Planejamento de Piçarras, Francisco Carlos Telles.

A reportagem de O Sol Diário tentou entrar em contato com a Rohde, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.

Atraso

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O atraso vai se estender, consequentemente, à segunda fase dos trabalhos. Cerca de R$ 3 milhões do governo federal devem ser investidos na colocação de 190 mil m³ de areia entre a Avenida Antônio Quintino Pires e o molhe da Barra Sul (parte não contemplada pelo início da dragagem). A expectativa da prefeitura era começar a obra no primeiro semestre de 2013, mas agora não há mais previsão para que isso aconteça.

Relembre o caso: recuperação começou em 2012

A recuperação da orla de Balneário Piçarras começou em dezembro de 2012, depois da Praia Central ser atingida por ressacas a partir de setembro de 2011. O primeiro trecho dragado foi entre as avenidas Getúlio Vargas e Antônio Quintino Pires, onde deveriam ser depositados 592 mil m³ de areia. O contrato com a Rohde Nielsen foi assinado na gestão anterior da prefeitura e um impasse ocorreu quando o atual prefeito assumiu.

Isso porque também na administração passada, a empresa informou que a draga necessária para o serviço estava em Portugal e que não tinha condições de arcar com a vinda dela para Santa Catarina.

Para compensar a busca do equipamento, à época a prefeitura modificou o acordo, permitindo que se colocasse 200 mil m³ a menos de areia. Quando Leonel Martins (PSDB) tomou posse, contestou a decisão e exigiu os 592 mil m³. Em março, a Rohde enviou um relatório oficializando que todo o material previamente contratado tinha sido entregue.

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De acordo com o projeto de recuperação de Piçarras, a areia depositada deve ter uma estabilidade de pelo menos 70 anos com a volta de 20% para o mar. Toda a obra, desde a dragagem até a recuperação estrutural, custou R$ 10,2 milhões, com R$ 9 milhões de recursos federais e o restante de contrapartida da prefeitura.