A terceira pesquisa Quaest contratada pela NSC para a corrida pela prefeitura de Florianópolis, a última antes do primeiro turno, dá sinais sobre quais grupos foram responsáveis pela subida na pesquisa dos candidatos Topázio (PSD) e Marquito (PSOL) na reta final da campanha eleitoral da Capital. O levantamento divulgado neste sábado (5) também dá pistas sobre as populações em que o candidato Dário (PSDB) pode ter perdido aderência e onde a campanha ainda pode ter investido os últimos dias e horas de divulgação nas ruas.

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Topázio (PSD) cresceu na pesquisa Quaest deste sábado com 47% no levantamento estimulado. Ele é seguido por Marquito (PSOL), com 17%, e Dário (PSDB), com 11%, empatados no limite da margem de erro. Quando analisada a divisão das intenções de voto dos entrevistados por grupos populacionais, como idade, faixas de renda e escolaridade, é possível identificar onde se concentrou o movimento do eleitorado. Em grande parte das divisões os candidatos seguiram estável, com oscilações dentro da margem de erro. Em algumas, no entanto, os gráficos mostram saltos (ou quedas) acima desta margem. 

Topázio: meia idade, menor renda e voto bolsonarista 

Tomemos como exemplo o caso do atual prefeito e candidato à reeleição Topázio Neto (PSD). A pesquisa que trouxe mais boas notícias ao candidato, como a possibilidade no limite da margem de erro de vitória ainda em primeiro turno, por ter 53% dos votos válidos calculados pela Quaest, sinaliza também ggrupos em que o candidato conseguiu crescer nos pouco mais de 15 dias que separam o atual levantamento do anterior, de 17 de setembro. 

Em três dos grupos analisados Topázio teve variações acima da margem de erro, o que indicaria, portanto, crescimento de fato. No grupo de eleitores da chamada meia idade, entre 35 e 59 anos, Topázio passou de 43% para 51%. Nos eleitores com renda mais baixa, de até três salários-mínimos, o candidato do PSD também conseguiu maior alcance, passando de 36% para 44%. Por fim, um resultado que pode indicar reflexo da aliança do prefeito com o PL do governador Jorginho e do ex-presidente Jair Bolsonaro. Topázio também conseguiu leve alta entre os eleitores que declararam ter votado em Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022. O atual prefeito passou de 66% para 72% das intenções de voto entre os chamados bolsonaristas. 

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Variações de Topázio na terceira pesquisa Quaest 

Veja grupos em que candidato teve alta acima da margem de erro 

  • Idade: de 35 a 59 anos (de 43% para 51%) 
  • Renda: até 3 salários-mínimos (de 36% para 44%) 
  • Voto de 2022: Bolsonaro (de 66% para 72%) 

Pesquisa Quaest: Topázio lidera cenários de 2º turno com Marquito e Dário em Florianópolis

Marquito: ensino superior e votos de Lula 

O candidato do PSOL, que oscilou positivamente no limite da margem de erro na pesquisa deste sábado, passando de 14% para 17%, também teve crescimentos efetivos, acima da margem de erro, em quatro dos grupos analisados. A maior vantagem alcançada foi nos eleitores que tenham no mínimo ensino superior incompleto. Nesta faixa de pessoas com mais escolaridade, Marquito avançou de 19% para 26%. Outro grupo em que o concorrente do PSOL conseguiu abrir margem para subir na reta final da pesquisa foi o mesmo em que Topázio também ganhou espaço: o dos eleitores de meia idade, de 35 a 59 anos. Nesta faixa etária, Marquito foi de 11% para 17% entre os eleitores.

Por fim, se Topázio tenta atrair no bolsonarismo os valiosos votos que podem encerrar a disputa no primeiro turno, a pesquisa indica que Marquito têm conseguido herdar parte do “espólio” dos votos de quem escolheu Lula na polarizada eleição de 2022. Marquito saltou de 29% para 36% das intenções de voto entre esse grupo. Um aumento maior do que o de Lela, por exemplo, o candidato oficial do PT, com direito a vídeo de Lula no horário eleitoral, que passou de 13% para 17% neste grupo. Marquito ainda apresentou crescimento acima da margem de erro em um quarto grupo populacional analisado na pesquisa: o de eleitores com renda alta, acima de sete salários mínimos.

Variações de Marquito na terceira pesquisa Quaest 

Veja grupos em que candidato teve alta acima da margem de erro 

  • Escolaridade: superior incompleto ou mais (de 19% para 26%)
  • Idade: de 35 a 59 anos (de 11% para 17%) 
  • Voto de 2022: Lula (de 29% para 36%) 
  • Renda: mais de sete salários-mínimos (de 16% para 22%) 

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Topazio belisca vitória no domingo e Marquito vira o principal interessado no segundo turno

Dário: diminuição entre mulheres e ensino superior 

Os saltos na preferência de voto a favor de Topázio e Marquito identificados em alguns grupos contrastam com desempenho na ordem inversa registrados pelo candidato Dário, do PSDB. O tucano se manteve estável na maior parte dos grupos pesquisados, mas teve variação negativa superior à margem de erro em cinco divisões pesquisadas. Algumas delas são justamente onde a pesquisa indicou que os adversários direto podem ter ganhado terreno. 

A maior retração proporcional nas intenções de voto de Dário foi no eleitorado feminino. Dário passou de 17% das intenções de voto entre as mulheres para 10%. Entre os eleitores que declaram religiões diferentes da católica e evangélica ou com escolaridade mais alta, com pelo menos ensino superior incompleto, Dário também teve quedas nos gráficos. Perdeu oito pontos percentuais no primeiro caso (de 14% para 6%) e sete na segunda situação (de 13% para 6%). Nos eleitores de meia idade, de 35 a 59 anos, Dário também perdeu espaço, passando de 14% para 8%. Entre eleitores que declararam ser lulistas ou bolsonaristas, Dário manteve as intenções de voto estáveis. No entanto, perdeu nove pontos entre eleitores que declararam ter votado nulo ou não ter votado em 2022.

Variações de Dário na terceira pesquisa Quaest 

Veja grupos em que candidato teve alta acima da margem de erro 

  • Gênero: feminino (de 17% para 10%) 
  • Religião: Outras*/não tem (de 14% para 6%) 
  • Escolaridade: superior incompleto ou mais (de 13% para 6%) 
  • Idade: 35 a 59 anos (de 14% para 8%) 
  • Voto em 2022: Branco/nulo (de 19% para 10%) 

* Excluídas católica e evangélica 

Eleitores confirmarão resultado e desafios nas urnas 

A poucas horas do início do primeiro turno, esses dados do desempenho dos candidatos nas diferentes divisões sociais funcionam mais como retrovisor, para observar onde os candidatos podem ter acertado na estratégia para chegar a eleitores novos ou onde podem ter aberto flancos para outros candidatos. Em caso de segundo turno, poderá também planejar os passos das campanhas que avançarem. Ainda assim, será nas urnas neste domingo que o eleitor vai confirmar (ou não) as tendências lidas pelas pesquisas.

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A despeito disso, a análise caso a caso pode mostrar também que o eleitor é formado por grupos com diferentes perfis e interesses. Há eleitores lulistas que declararam voto em Topázio, candidato apoiado pelo PL de Bolsonaro, idosos que abrem voto em candidatos mais jovens como Marquito e Pedrão. Um desafio, já experimentado por essas campanhas nos últimos meses, seguirá vivo independentemente do resultado deste domingo. Como se comunicar com esse eleitor, convencê-lo e, uma vez no poder, governar com olhares ligados às necessidades desses grupos, por vezes tão plurais e heterogêneos.

A pesquisa foi encomendada com exclusividade pela NSC e ouviu 1 mil pessoas entre 3 e 4 de outubro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número SC-04255/2024.

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