Todos sabiam que seria difícil fazer gols na defesa suíça, mas poucos apostariam que o Brasil sofreria um. Está certo que não foi o limitado ataque da Suíça quem marcou – Daniel Alves fez contra em um cabeceio no ângulo quando tentava atrasar para Jefferson.
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Numa quarta-feira pouco inspirada na Basileia, o time de Felipão não chegou nem perto da gana e efetividade mostradas na Copa das Confederações. Confira algumas razões para a derrota por 1 a 0 para os suíços – o segundo insucesso da segunda passagem do técnico gaúcho pela Seleção.
Defesa exposta
Menos vazado da Copa das Confederações, o setor defensivo da Seleção Brasileira foi mal. Menos por causa dos zagueiros, mais por culpa dos laterais e dos dois volantes.
Graças aos avanços irresponsáveis de Daniel Alves e Marcelo, Thiago Silva e Dante estiveram expostos durante os 90 minutos. O ímpeto que Marcelo, principalmente, tem para atacar, falta no momento de recompor a defesa. Quando Luiz Gustavo está atento, esse problema é minimizado, mas ontem não foi o caso.
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No gol sofrido, enquanto Marcelo retornava trotando, Dante era atacado por dois suíços, sob o olhar de Luiz Gustavo. O zagueiro aguardou o toque de Shaqiri para Seferovic e tentou, com um carrinho, interceptar o cruzamento. Daniel Alves parece tentar recuar para Jefferson de cabeça, mas mandou a bola no ângulo direito: gol contra. O substituto de Julio César foi bombardeado por chutes de média e longa distância e fez duas belas defesas no primeiro tempo. Dante, que substituiu David Luiz, machucado, foi o melhor da Seleção. Só falhou ao recuar a bola quicando para Jefferson.
Problemas no meio
Durante os 20 minutos iniciais, o Brasil atuou com o meio-campo adiantado, com marcação curta para dificultar a saída de bola da Suíça. O objetivo era tentar abrir o placar cedo, como em três dos cinco jogos da Copa das Confederações. Porém, a boa troca de passes dos suíços, envolvendo a marcação, arrefeceu o ânimo do time de Felipão, que começou a esperar o adversário no seu campo.
A falta de combatividade de Luiz Gustavo e Paulinho possibilitou que Shaqiri e Xhaka tivessem liberdade para chutar e armar jogadas. Não à toa, 12 das 18 finalizações da Suíça foram da frente da área.
Oscar começou o jogo se movimentando, mas, aos poucos, diminuiu o ritmo, aceitou a marcação e ficou apagado até ser substituído, aos 14 minutos do segundo tempo. O rendimento do meia ainda oscila na Seleção.
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Na etapa final, Felipão fez a alteração tática (do 4-2-3-1 para o 4-1-4-1) que se tornou habitual com a entrada de Hernanes, mas mesmo assim o time teve dificuldade de se infiltrar na defesa suíça, que não leva gol há 10 partidas.
Neymar isolado
Neymar não foi nem sombra daquele jogador decisivo da Copa das Confederações. É verdade que faltou companhia: por várias vezes, o jogador do Barcelona ficou isolado na ponta esquerda – ao contrário dos últimos jogos, quando esteve mais centralizado. Sem opção de passe, forçou as jogadas individuais, mas estava bem marcado por Behrami e Lichtsteiner. Aos 40min, reclamou um puxão de Dzemaili dentro da área, mas desistiu da jogada antes de o árbitro pôr o apito na boca.
Fred participou da chance mais clara de gol do Brasil, mas, na maioria do tempo em que esteve em campo, ficou na área aguardando para finalizar jogadas nunca criadas. Da única triangulação no jogo, nasceu a principal chance do Brasil. Aos 17min de jogo, Oscar tocou para Fred que, de primeira, encontrou Hulk se infiltrando na área. Cara a cara com Benaglio, o atacante errou. Hulk foi o jogador do Brasil quem mais chutou, 4 das 10 finalizações, mas a pontaria estava descalibrada. Na etapa final, o Brasil chutou apenas duas vezes para o gol, ambas para a linha de fundo.