O rio São João, de Garuva, segue interditado cerca de um mês após um acidente com caminhão que tombou e derramou ácido sulfúrico no córrego. Apesar do resultado da análise feita à época mostrar que as substâncias detectadas estão dentro de um parâmetro seguro permitidos pelo Ministério da Saúde, outros elementos químicos foram encontrados na água e o município ainda analisa os possíveis riscos à saúde. 

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O acesso ao rio está fechado desde o dia 16 de fevereiro, quando uma carreta carregada com 31.970 mil litros do produto tombou na BR-376, que fica entre Santa Catarina e o Paraná. Por causa do acidente, o veículo saiu da pista e o químico acabou vazando em um córrego que deságua no Rio São João, que corta as cidades de Guaratuba e Garuva. O condutor do caminhão acabou morrendo. 

Dois dias depois, uma análise preliminar de amostras colhidas no local confirmou que o São João e os peixes do afluente estavam contaminados. O relatório apontou que o pH das águas monitoradas estava com índice considerado ácido e altas concentrações de alumínio e enxofre na fauna aquática. Inclusive, um dia após o acidente, peixes de diferentes espécies apareceram mortos dentro e no entorno do rio.

O resultado final saiu na última segunda-feira (14) e apontou a presença de cromo, arsênio e alumínio na água. De acordo com a Prefeitura de Garuva, essas substâncias podem ser decorrentes de outros acidentes com produtos químicos ocorridos no local e estão dentro do limite permissível. No entanto, a Secretaria de Saneamento Ambiental segue monitorando se esta combinação de substâncias pode colocar a saúde da população em risco. 

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O São João não é o rio de captação para o abastecimento do município, mas é utilizado por moradores para pesca, agricultura e por banhistas. Por isso, segue interditado. A expectativa é de que até agosto seja emitido um laudo técnico para liberação ou não do espaço. 

Acidentes são recorrentes no local

Somente nos últimos 12 anos, entre os Km 664 e Km 682 da BR-376, já aconteceram 89 acidentes com derramamento de substâncias tóxicas no rio São João, de acordo com a prefeitura. 

Segundo o municpipio, os acontecimentos trazem diversos problemas econômicos e ambientais para a população da cidade e, por este motivo, o governo municipal vai acionar o Ministério Público Federal (MPF) para solicitar abertura de ação civil pública alegando a necessidade de barreiras de contenção na rodovia. 

O rio, inclusive, passou cerca de quatro anos interditado por conta de outro acidente ocorrido em 2018, em que um produto perigoso transportado por um caminhão também foi derramado no afluente. Na ocasião, três toneladas de peixes morreram.

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