A bióloga brasileira Ana Paula Maciel, que integrava o grupo de 30 ativistas da organização ambientalista Greenpeace presos pela polícia russa ao protestar contra a exploração de petróleo no Ártico, chega hoje, por volta das 11h, a Porto Alegre.

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Ana Paula, 31 anos, obteve o visto de saída do país – último passo necessário para seu retorno para casa desde que a anistia dos “30 do Ártico” foi aprovada pelo parlamento russo – e embarcou ontem para o Brasil. No total, 26 dos 30 integrantes eram não russos e ainda dependiam de uma autorização do Serviço Federal de Imigração para deixar o país, já que foram tirados de águas internacionais e levados presos pela guarda costeira.

Todos os estrangeiros já obtiveram seu visto de saída. Sete deles já havia deixado a Rússia na quinta-feira, e o restante deve partir até domingo.

Em Porto Alegre, Ana Paula passará o Réveillon com a família. Sua mãe, Rosangela Maciel, diz que nada foi preparado para recebê-la, porque não sabe o que ela pretende fazer ao chegar. O certo é que Ana Paula, Rosângela, a irmã Telma e a sobrinha Alessandra devem viajar para algum local onde se recuperem do período de tensão que enfrentaram. A primeira ideia da ativista era de irem todos para Bonito, no Pantanal. O plano, porém, não vingou. A família irá para algum lugar do Rio Grande do Sul.

Na noite de sábado, Rosangela pretende fazer um churrasco na casa da sogra – a única avó viva de Ana Paula. E já está praticamente decidido: o Réveillon será em Porto Alegre.

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– O fato é que agora, sim, estamos tranquilos. Foram três meses suados e doloridos.

Antes de deixar São Petersburgo, preparando-se para uma viagem de quase 30 horas com escalas em Frankfurt e São Paulo, Ana Paula disse, em declaração repassada pelo Greenpeace:

– Deixo a Rússia da mesma maneira como entrei: de cabeça erguida e com a consciência limpa. Temos a convicção de que fizemos o bem para proteger o planeta para esta e as futuras gerações. É uma vergonha um país permitir que tamanha injustiça tenha acontecido para defender os interesses das empresas de petróleo.

Depois, completou:

– Estou ansiosa por retornar a minha terra, mas não se pode falar em final feliz enquanto o Ártico continuar derretendo, a Amazônia se reduzindo, os oceanos se envenenando. Eu tomei uma atitude e assumi os riscos por enxergar a urgência de mudar os rumos da humanidade. Há muito trabalho pela frente e precisamos de toda a ajuda possível dos que se importam e acreditam em nosso trabalho.