Carisma, essa moça de 27 anos não precisa provar para ninguém que tem. Nem precisou fazer um show memorável para deixar alguns dos seus fãs com olhos marejados no sábado à noite, no Stage Music Park, em Florianópolis. No entanto, Amy Winehouse não parecia muito preocupada em arrebatar as 10 mil pessoas que estavam lá para vê-la.
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Tanto que as reações foram diversas. Enquanto parte do público garantia ter visto o show de sua vida, outra parte não curtiu como esperava. Os motivos foram vários: show curto – tirando as músicas interpretadas pelo backing vocal Zalon Thomspon, ela não cantou uma hora inteira -, o ar distante e a pouca interação da diva, certa confusão para desenvolver o repertório, e escorregões do tipo esquecer e “atravessar” letras, como aconteceu em Rehab.
Não é um supershow ajustadinho e microscopicamente ensaiado, como o de Paul McCartney ou de Beyoncé. Mas talvez seja por isso mesmo que Amy é um caso à parte. Não era uma performer que estava ali no Jurerê na madrugada desse domingo – era ela própria, com as dificuldades e as virtudes.
Entre as últimas, é claro, a deslumbrante voz. A inglesa mostrou que está com o gogó em estado de graça para o público de Florianópolis. Desde a regueira Just Friends, com a qual abriu os trabalhos da noite, até a última do bis, Valerie, Amy cantou muito.
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Pode não ter sido o que metade do público esperava, mas valeu o ingresso. Até porque as duas atrações que antecederam a britânica foram sensacionais. O norte-americano Mayer Hawthorne, um dos expoentes do neo-soul, se divertiu e divertiu o público com um grande setlist. Nem o calor opressivo o fez descuidar do visual. Terninho claro, camiseta azul escura, gravata borboleta, e a doce voz que pode ser fraca, mas que casa muitíssimo bem com o repertório charmoso e desavergonhadamente calcado na soul music dos anos 1960 e 1970. Show curto, mas irrepreensível.
Janelle Monáe é a queiridinha da crítica mundial, tendo emplacado seu primeiro álbum, The ArchAndroid, nas listas de melhores do ano em inúmeras publicações pelo planeta. E mostrou-se o oposto de Amy – fez um show coalhado de coreografias, com muita energia, ensaiado, bem na tradição norte-americana mesmo. Tanta era a energia cinética que o topete da menina desmanchou. Sem drama, ela foi em frente, com versões quase idênticas às gravações do álbum, e caprichando nos seus principais hits até agora, Cold War e Tightrope. Nota dez.
Celebridades
Com Amy no palco, as celebridades se recolhem às suas reles condições de mortais. E foram poucas, o ex-jogador Raí, a cantora Maria Gadu (praticamente uma desconhecida) e num dos camarotes o jogador Ronaldinho Gaúcho (esse já um arroz-de-festa). Falou-se até no ator Rodrigo Santoro, mas não foi visto pela nossa reportagem.
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