Parentes das centenas de judeus de Amsterdã, sobreviventes dos campos de concentração da Segunda Guerra Mundial, poderão pedir a partir desta sexta-feira o reembolso das multas pagas por suas famílias à cidade por atraso no pagamento dos aluguéis.

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“A partir de hoje, os detentores de direitos ou suas famílias podem pedir o reembolso (…) das multas pelo atraso no pagamento de aluguel na Segunda Guerra Mundial, pagas injustamente”, informou a prefeitura em um comunicado.

A polêmica veio à tona em abril de 2013, quando uma estudante publicou documentos descobertos em arquivos nos quais pedia-se aos judeus sobreviventes os pagamentos de aluguéis atrasados em locais de propriedade da prefeitura.

A administração municipal exigiu, ainda, o pagamento de multas por atrasos em locais confiscados e ocupados por alemães ou membros do Movimento Nacional Socialista holandês, que colaborou com os nazistas.

Estas multas eram cobradas inclusive por moradias destruídas durante os bombardeios.

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Amsterdã foi ocupada de 1940 a 1945. Sobreviveram apenas 18.000 dos 80.000 judeus deportados da cidade.

Uma investigação do Instituto de Estudos sobre o Genocídio, o Holocausto e a Guerra mostra que 240 pessoas tiveram que pagar a multa ao retornar.

O montante do reembolso “varia, segundo os expedientes”, acrescentou a prefeitura e é, em média, de 1.800 euros.

Titulares de 900 contas bancárias “inativas”, pertencentes a vítimas da guerra, que nunca foram reivindicadas, foram identificados e seus herdeiros podem fazer revindicações. O montante médio neste caso é de 58,71 euros.

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* AFP