Uma amostra da água da galeria pluvial que foi contaminada pelo acidente no km 93 da BR-280 na tarde de terça-feira foi encaminhada ontem pela polícia ambiental de Joinville ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), de Florianópolis.

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O líquido caiu dentro do córrego depois que uma motorista perdeu os freios do caminhão, que carregada 12 mil litros de cloreto de poli alumínio – material corrosivo que pode causar queimaduras e irritação, usado no tratamento de água. A polícia aguarda até o fim dessa semana o resultado da amostra, para abrir um processo administrativo contra a empresa.

Segundo o tenente Felipe Dutra, a empresa deve receber autuação, pois foi confirmado que a água desemboca no rio Natal, que se encontra com os rios Ano Bom e Itapocu. Nesses casos, a multa pode variar de R$ 5 mil a R$ 50 milhões.

– Temos que fazer o laudo para depois emitir a autuação, mas com certeza a empresa será multada pelos danos causados – informa.

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Apesar do produto ter entrado em contato com os rios, o abastecimento nas cidades de Corupá e Jaraguá do Sul não foi interrompido. Corupá porque a captação não é feita naquele ponto contaminado e em Jaraguá porque o efeito do produto é neutralizado quando espalhado em um grande volume de água. Em comunicado oficial, o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Jaraguá do Sul, afirmou que “o abastecimento de água não foi afetado e que não existe nenhum risco de contaminação da água distribuída à população”.

Ainda ontem os bombeiros voluntários de Corupá fizeram a limpeza nas galerias. Mesmo assim, conforme o comandante Cláudio Siqueira, a recomendação é que a população da comunidade de Oswaldo Amaral evite o contato com a água, como a utilização para animais e agricultura.

– Dentro de 36 horas esse material deve se dispersar. Mas as autarquias estão monitorando a qualidade da água, para que não prejudique a população – avisa.

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Orientação aos motoristas

Pessoas não especializadas em produtos perigosos pouco podem fazer na hora de um acidente. A recomendação mais importante é que entre em contato com a Polícia Rodoviária pelo 198 (estadual) ou 191 (federal) para informar o ocorrido, que os policiais entrarão em contato com os órgãos competentes. O gerente de fiscalização da Fundação do Meio Ambiente (Fatma), Carlos Eduardo Rocha, informa que as ações de emergência nesses casos são muito complexas de devem ser feitas por pessoas especializadas.

– É muito grande a quantidade de produtos perigosos e cada um deles tem uma norma de segurança e um forma de emergência, não tem como ter uma ação para todos os produtos – indica. Segundo Rocha, para identificar se o caminhão está carregando um produto perigoso é preciso verificar dois adesivos na carroceria do caminhão: o rótulo de risco (que informa o risco do produto) e o painel de segurança (que traz o número de risco e da ONU).

Recomendações em caso de acidente:

– Ligar imediatamente para as polícias rodoviárias no 198 e 191;

– Não chegar perto, tocar, inalar ou beber;

– Respeitar o isolamento da área se já estiver estipulado, senão, ficar mais de 50 metros longe;

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– Ficar com o vento pelas costas para não inalar o produto;