Na sacada de seu apartamento, que fica a duas quadras da Arena Condá, Gilmar Dal Pozzo pode observar a cidade onde seu nome é cada vez mais admirado. Sempre sereno, o técnico da Chapecoense comemora com a família a quarta conquista em seis anos como treinador. O título do turno, que deu vaga à semifinal do Catarinense, consolida seu trabalho no Oeste.
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Depois de ter sido goleiro em clubes como Caxias, Avaí e Joinville, ele começou a treinar o Veranópolis, em 2008, onde foi campeão do interior gaúcho, em 2012. No Pelotas, foi campeão da Copa RS, em 2008. Na Chapecoense, onde está desde setembro, conquistou o acesso à Série B e, agora, a Taça Paula Ramos, título do turno.
Natural de Quilombo e descendente de italianos, Dal Pozzo garante que foi fácil a adaptação a Chapecó. Tanto que já trouxe a esposa, Cláudia, e as filhas, Daniela e Letícia, para morar junto com ele. Ontem, apenas Letícia estava em casa, pois a filha mais velha foi com a mãe para Passo Fundo (RS), onde vai cursar Nutrição.
Dal Pozzo considera que a família é a base para ter sucesso. Um de seus melhores amigos é o treinador Tite, do Corinthians, com quem foi campeão gaúcho pelo Caxias, em 2010. Aliás, na sua estreia na Chapecoense, em que venceu o Caxias por 4 a 0 na Série C do ano passado, ele foi aplaudido pelas duas torcidas.
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Ao falar da conquista do turno, o comandante demonstra orgulho:
– Não é uma conquista normal. Não é só histórica para nós, é histórica também para o Campeonato Catarinense. Conquistamos o turno de forma antecipada, com cinco pontos de vantagem. E ela pode chegar a oito na última rodada.
Enquanto tomava várias cuias de chimarrão, destacou a continuidade do trabalho que deu certo no ano passado e a seriedade, e disse como montou a equipe que vem sendo a sensação do Catarinense, com sete vitórias em oito jogos.
– A sequência foi muito importante. Tínhamos um período curto de preparação física e colocamos apenas três peças: o Fabinho, o Diego Felipe e um atacante. Isso ajudou, pois os jogadores se conhecem.
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Para demonstrar como valorizou a conquista, Dal Pozzo ressaltou:
– Nosso início de campeonato era muito difícil, contra quatro adversários de tradição. Eu não poderia estrear contra o Joinville, na Arena Joinville, com uma equipe “faceira”. Se eu tomo dois tacos nas duas primeiras rodadas, rola a cabeça do treinador. Por isso busquei uma equipe com um poder de marcação maior, sem perder o poder de ataque.