O catarinense Alejo Muniz levou um susto ao abrir o computador na manhã desta segunda-feira. De férias no Rio de Janeiro, um dos melhores surfistas brasileiros da nova geração viu pelas redes sociais que seu amigo de infância havia sido baleado na praia da Guarda do Embaú, em Palhoça, em frente de casa. Começou então uma busca incessante para saber mais notícias do estado de saúde do também surfista profissional Ricardo dos Santos.

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::: Surfista catarinense Ricardo Dos Santos é baleado na Guarda do Embaú

::: No circuito mundial desde 2008, Ricardinho já venceu Slater no Taiti

– Meu coração parou na hora que li. Liguei para vários amigos que temos em comum para ter certeza do que tinha acontecido e saber da gravidade. Ainda não dá para acreditar – disse Alejo por telefone ao Diário Catarinense.

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Ele e Ricardinho se conhecem desde pequenos, tratam-se como irmãos e, aos 24 anos, dividem a mesma paixão pelo esporte.

– O conheci quando comecei a competir, lá mesmo na Guarda do Embaú. Ele é como um irmão para mim, meus pais consideram como se fosse um filho. Chegou a morar com a gente um tempo em Florianópolis.

Quase 15 anos depois, a amizade segue firme, mesmo que os caminhos profissionais estejam um pouco distantes – Alejo participou da última temporada completa na elite do Circuito Mundial (WCT), enquanto Ricardinho competiu em apenas cinco etapas do Qualifying (série classificatória) e tem se especializado em ondas pesadas, tubulares e até gigantes.

– A gente ainda é muito próximo, ele inclusive estava lá com a gente em Pipeline para torcer pelo Medina – contou Alejo.

::: Medina se junta à corrente de mensagens por Ricardinho

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Conforme informações de moradores da Guarda, nesta manhã Ricardo estaria trabalhando em uma obra em sua casa com seu avô e dois funcionários. Um carro Citroën C4 prateado, com placas de Joinville, teria estacionado em cima de um cano, que fazia parte da obra. O surfista teria pedido que o motorista retirasse o veículo do local. Nesse momento, os ocupantes do carro, que estariam usando entorpecentes, teriam disparado contra Ricardo e fugido.

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– Desde que o conheci, o vi brigar no máximo duas vezes. Não estava lá para saber, mas não consigo imaginar que ele tenha provocado algo. Nada justifica – lamentou Alejo.