Ameaças de desafetos no Rio Grande do Sul e família em Santa Catarina são os principais motivos que levam o assaltante Cláudio Adriano Ribeiro, 45 anos, o Papagaio, a querer ficar no Estado catarinense.

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A informação é da defesa do assaltante, que entrou, nesta quarta-feira, com pedido na Justiça catarinense para reconsiderar a determinação de transferência do seu cliente para o Rio Grande do Sul.

O advogado de Papagaio, Ivan Martins, fez o pedido, protocolado na Justiça de Brusque, no Vale do Itajaí, com base na determinação expedida na terça-feira, pela juíza Ana Vera Sganzerla Truccolo, daquela comarca. A magistrada determinou o recambiamento de Papagaio em caráter liminar, com base em pedido da Justiça gaúcha.

O advogado Martins disse que é preponderante que seu cliente permaneça em Santa Catarina para responder o processo que corre em Brusque.

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– Porque ele se sente ameaçado por desentendimentos com pessoas do Rio Grande do Sul e tem família aqui no Estado – disse o advogado.

O assaltante foi autuado em flagrante em Brusque por portar documentos falsos e uma arma com numeração raspada. Ele foi recapturado naquela cidade, em 24 de dezembro, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de SC.

Papagaio é suspeito de envolvimento nas explosões a caixas eletrônicos com dinamite em Santa Catarina. Por isso o interesse de sua permanência no Estado, manisfestado pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic). A Deic investiga os ataques em SC e o inquérito corre em sigilo desde esta terça-feira.

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A juíza Ana Vera observou em sua decisão que Papagaio é foragido do RS, considerado detento de alta periculosidade e que a sua permanência em Santa Catarina não é necessária porque o processo que responde no Estado é de baixa gravidade.

No pedido a Justiça, o advogado Ivan Martins observou que o cliente não tem a periculosidade apontada pela juíza.

– Ela quer transferí-lo de uma unidade de segurança máxima, que é São Pedro de Alcântara, para uma de segurança média. É uma decisão conflitante – disse Martins.

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O advogado se referiu à Penintenciária Modulada de Montenegro, na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, para onde Papagaio deverá ser transferido. O advogado disse também que se a juíza não acatar o pedido, vai entrar com medidas no TJ/SC.

A magistrada de Bruque enviou ao Departamento de Administração Prisional (Deap) mandado solicitando a transferência de Papagaio e providências quanto ao transporte do preso.

O diretor do Deap, Leandro Lima, afirmou que Papagaio está à disposição de outras autoridades judiciais em SC, mas não quis informar quais. Disse que as investigações serão prejudicadas se ele for transferido.

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No TJ/SC, até as 17h desta quarta, não havia outra determinação em relação ao preso, além da de Brusque.

A Superintendência dos Serviços Penitenciários do RS (Susepe) consultou a Vara de Execuções Criminais do RS e decidiram que quando Papagaio regressar ao RS, cumprirá pena em regime fechado.

Papagaio cumpria pena em regime semiaberto, no Albergue de Montenegro, de onde fugiu no dia 15 de abril de 2011. Do total de 54 anos e seis meses, o veterano assaltante ainda precisava cumprir 38 anos, 10 meses e 12 dias por assalto a bancos.

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A assessoria de imprensa do Ministério Público de SC, não soube informar se o MP/SC fez ou fará pedido a Justiça pela permanência de Papagaio em SC.