A guerra da Ucrânia acaba de entrar em uma nova fase, com contornos internacionais que envolvem soldados da Coreia do Norte, ataque com míssil dos Estados Unidos e Reino Unido, ameaça nuclear e míssil balístico intercontinental. Esse novo estágio é após um período de estagnação por parte da Rússia no avanço da guerra. As informações são do g1.
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O conflito, que teve início em fevereiro deste ano, acaba de completar mil dias, mas sem qualquer perspectiva de conclusão ou negociações de paz.
Empréstimo de soldados da Coreia do Norte
O novo momento da guerra tem a Coreia do Norte no centro, desde que relatórios de inteligência da Ucrânia revelaram, em outubro, um suposto “empréstimo” de soldados por parte de Pyongyang para lutarem na guerra da Ucrânia.
A Rússia e a Coreia do Norte não fizeram nenhum pronunciamento sobre o caso, mas, neste ano, firmaram um acordo de cooperação militar.
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EUA e Reino Unido autorizam mísseis
Desde o início da guerra, a Ucrânia pedia aos EUA permissão para usar mísseis norte-americanos para atacar a Rússia. Eles cederam logo após o conflito, ao fornecer os chamados ATACMS, mísseis de longo alcance norte-americanos ao governo de Volodymyr Zelensky, mas com condições. Eles deveriam ser utilizados para defesa própria dentro do território ucraniano — no caso de ataques aéreos russos.
Quando a Coreia do Norte adentrou o conflito, no entanto, Joe Biden mudou de ideia, de acordo com fontes do governo norte-americano ouvidas pela imprensa local.
Nesta semana, com a autorização de Washington, a Ucrânia fez o primeiro ataque ao território russo, utilizando os mísseis ATACMS. Há relatos de que tropas norte-coreanas foram atingidas.
No dia seguinte, as forças ucranianas fizeram um novo ataque. Desta vez, eles utilizaram mísseis do Reino Unido, que também autorizou o uso dos artefatos para ofensiva.
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Mudança na regra para ataques nucleares
O presidente russo se irritou com as autorizações, e respondeu rápido. Ainda esta semana, Vladimir Putin assinou um decreto que flexibiliza os parâmetros para o uso do arsenal nuclear da Rússia, que é a maior potência nuclear do mundo.
Agora, uma nova doutrina será aplicada. Ela permite uma resposta nuclear da Rússia até mesmo em resposta a um ataque convencional por qualquer nação que seja apoiada por uma potência nuclear. Isso inclui ataques ucranianos, uma vez que são apoiados pelos EUA.
Líderes ocidentes foram contra a reforma, afirmando que a mudança cria uma escalada desnecessária de tensões.
Míssil de capacidade nuclear
Nesta quinta-feira (21), a Rússia lançou um míssil balístico intercontinental contra a Ucrânia, de acordo com a Força Aérea ucraniana. Foi a primeira vez, nesta guerra, que o país fez uso de um míssil tão poderoso, de capacidade nuclear e de longo alcance.
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A Força Aérea ucraniana informou que o ataque russo mirou empresas e infraestrutura crítica na cidade. O governador regional, Serhiy Lysak, diz que o ataque de mísseis russo danificou uma instalação industrial e provocou incêndios em Dnipro. Duas pessoas se feriram.
O míssil balístico intercontinental é lançado a partir da terra, pode ser equipado com ogivas nucleares e, como o próprio nome evidencia, é projetado para viajar longas distâncias, superiores a 5.600 quilômetros. A enciclopédia britânica informa que somente os Estados Unidos, Rússia e China possuem esse tipo de mísseis.
O míssil lançado pela Rússia, no entanto, não transportava uma ogiva nuclear, comunicou uma fonte da Força Aérea ucraniana à agência de notícias AFP.
Zelensky, presidente da Ucrânia, chamou Putin de “maluco” e afirmou que o presidente russo “desdenha da vida humana”.
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— Hoje, nosso insano vizinho mais uma vez revelou sua verdadeira natureza: seu desdém pela dignidade, pela liberdade e pela própria vida humana. (…) Hoje, foi um novo míssil russo. Sua velocidade e altitude sugerem capacidades balísticas intercontinentais. As investigações estão em andamento — disse Zelensky.
Andrey Baklitskiy, um pesquisador sênior do Instituto de Pesquisa para Desarmamento da ONU, ficou surpreso com o lançamento do míssil intercontinental pelos russos.
— Se for verdade, isso será totalmente sem precedentes e o primeiro uso militar real de um ICBM [míssil balístico intercontinental]. Não que faça muito sentido, dado seu preço e precisão — afirmou ele.
Após o lançamento do míssil de potência nuclear, a Defense Express, uma consultoria de defesa ucraniana, questionou os Estados Unidos, que é o principal aliado internacional da Ucrânia.
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— Também é uma questão se os Estados Unidos foram avisados sobre o lançamento e sua direção, pois o anúncio de tais lançamentos é um pré-requisito para evitar a ativação de um sistema de alerta de mísseis e o lançamento de mísseis em resposta — escreveu a Defense Express.
“Parece que a Rússia usou hoje pela primeira vez na história um míssil balístico intercontinental em uma guerra, contra o alvo civil Dnipro”, escreveu um especialista em segurança alemão, Ulrich Kuehn, nas redes sociais.
*Sob supervisão de Raquel Vieira