A tranquilidade de uma manhã nublada em Jurerê Internacional fez Roberto Anibal Alves, de 48 anos, pensar no próximo outono. Ele, que durante a temporada aluga guarda-sois e cadeiras em um dos balneários mais badalados do verão, se sente em casa mesmo quando a costa tem menos gente e mais peixe. Por isso, se os clientes dão uma folga no aluguel de equipamentos de praia, como ontem, Roberto se dedica a costurar redes para a captura de tainha.
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Roberto pesca ainda camarão, enchova, curvina, e sabe de cor as épocas certas para pegar cada espécie. Mas a preferida dele é a de tainha.
– A pescaria é mais divertida, o peixe pula mais e é o mais bonito – conta.
Roberto sempre pesca na região de Daniela e Jurerê em uma canoa para quatro pessoas. Até a mulher, o pai e o filho de Roberto, de vez em quando, entram com ele nas ondas. Roberto, que também trabalha como pedreiro durante o inverno, lamenta não conseguir ter a pesca como única profissão.
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– Não se consegue viver da pesca, têm semanas inteiras que se fica sem pegar um peixe sequer – ressalta.
Quando o peixe vem, é uma festa.
– Não tem coisa mais linda do que cercar um cardume de tainha, ver aqueles peixes pulando… – diz ele.
O pescador também adora ver a comunidade participando. Para puxar a rede, são necessárias de oito a 10 pessoas. Quem estiver na praia e ajudar a puxar a rede também ganha peixe. De acordo com Roberto, de uma vez só, já chegou a vir cinco mil peixes, o que equivale a nove toneladas de tainha. Ele garante que o número não é “conversa de pescador”.
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– É só ter sorte e o tempo ficar bom. É o que espero que tenha na próxima temporada de tainha – ressalta ele.