O economista Nazareno Schmoeller aponta o setor de serviços, com startups e empresas de tecnologia, e também a construção civil como segmentos que devem sentir primeiro os efeitos de uma possível recuperação na economia no próximo ano. O setor de serviços foi também o que mais criou vagas nesses últimos dois anos – foram 18 mil postos de trabalho abertos em 2017 e 20 mil em 2018.
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É justamente a tecnologia da informação (TI) o setor em que o discurso de otimismo para o próximo ano está mais separado das mudanças no governo.
O novo presidente do polo das empresas de TI (Blusoft), Henrique Bilbao, faz uma análise positiva de 2018, ano em que uma parceria do polo com a Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), tem ajudado as empresas de inovação. Bilbao compara o momento atual das empresas de tecnologia com o Vale do Silício.
– Há uma cultura nas empresas em que as coisas andam sem ter um líder. Não é preciso mais recorrer à ajuda de alguém ou algum órgão, os negócios ocorrem sem dependência do governo. Não importa quem é o prefeito ou o governador no Vale do Silício, a economia gira igual pelo networking, pelo trabalho que as pessoas fazem – compara Bilbao.
Dentro desse espírito de autonomia e dinâmica das empresas de TI, a expectativa de crescimento para o próximo ano ocorre em função de eventos como o Startup SC, que chega pela primeira vez a Blumenau a partir de fevereiro para acelerar 50 empresas de tecnologia. A criação de uma plataforma de compartilhamento para divulgar o trabalho das empresas de TI de Blumenau para todo o mundo também está no radar para o próximo ano.
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– Hoje está todo mundo se movimentando, buscando aprendizado, sem depender de ninguém, são vários movimentos ao mesmo tempo, um intraempreendedorismo muito forte, algo muito bom para o mercado – avalia.
A atmosfera para quem deseja empreender também deve ser promissora em 2019. Segundo dados da Praça do Empreendedor de Blumenau, em 11 meses de 2018 o número e o saldo de empresas abertas já se equipararam com os dados de todo o ano passado. Foram 3,5 mil empresas abertas neste ano e saldo de 2,5 mil, descontadas as firmas que fecharam. O setor de atividades terciárias, com 3 mil aberturas, foi o que mais se destacou, como já havia ocorrido em 2017.
Renovação em Brasília anima empresários
Entre os empresários de Blumenau, o otimismo, justificado principalmente pela agenda dos novos governos estadual e federal, eleitos com cerca de 80% na cidade, dá o tom das avaliações para 2019.
O presidente da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Avelino Lombardi, acredita que a expectativa das reformas tributária e previdenciária e desonerações de folha de pagamento que o novo governo deverá propor podem ajudar as indústrias a terem menos custos e conseguirem empregar ainda mais do que neste ano.
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– A roda vai girar com mais força em 2019. Para isso, o mais importante é a desburocratização da economia. As indústrias precisam investir em tecnologia, modernização de parque industrial, e para isso, quanto menos governo, melhor. Tenho a sensação de que vai ser menos Florianópolis e mais interior e menos Brasília e mais Estados – entusiasma-se o dirigente, que minimiza até mesmo pontos como a dificuldade de infraestrutura, que ainda deve ser obstáculo durante 2019 por motivos como a demora nas obras de duplicação da BR-470.
É também no otimismo que o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Blumenau (Sindilojas), Emílio Schramm, deposita as esperanças de um 2019 melhor para os lojistas.
– O que faz a economia ir para a frente ou para trás é o otimismo ou o pessimismo. O ano de 2018 foi pesado, mas sobrevivemos. Alguns cresceram mais, mas na média foi razoável. Para 2019, acredito que o consumidor vai passar a acreditar que está mais seguro no emprego, começar a comprar mais, investir e a economia começa a ir para a frente – projeta o dirigente lojista.