Uma caminhada em defesa da Trilha do Ratones, na região Norte da Ilha de Santa Catarina, reuniu ambientalistas e moradores na manhã deste domingo. O encontro ampliou a discussão sobre o patrimônio, tombado em 2002, e caminho histórico à região Costa da Lagoa, no Leste da Ilha, em Florianópolis.
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A desconfiguração de parte da trilha, transformada em estrada com acesso para automóveis, e a construção de casas são alvos de três ações civis públicas, das quais duas serão debatidas em audiências na tarde desta segunda-feira.
A iniciativa em prol do patrimônio ambiental é do Instituto Çarakura, que há dois anos desenvolve atividades de educação ambiental, como recuperação de áreas degradadas e conservação dos remanescentes de floresta atlântica, e também do vereador Renato Geske (PR). |
Moradores
De acordo a presidente da ONG ambientalista, Andrea de Oliveira, 32 anos, a denúncia sobre o alargamento do caminho encaminhada em 2006 não tem a intenção de prejudicar os moradores que vivem ali.
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– Queremos defender o caminho porque se isso aqui for conservado todos serão beneficiados – esclareceu.
Localizada no início da trilha, na localidade do Canto do Moreira, a entidade defende a preservação do ambiente que fica em uma área de transição entre as duas maiores bacias hidrográficas da Capital catarinense.
– Temos aqui um ecossistema único, mas extremamente frágil e sob intensa pressão do setor imobiliário e da expansão urbana – defendeu o engenheiro agrônomo e integrante do Instituto Çarakura, Persy Ney Silva, de 52 anos.
Casas
As duas casas habitadas que estão localizadas no início da trilhas pertencem à mesma família há quatro gerações. De acordo com um dos moradores, Carlos Garcia, o local onde as construções foram erguidas e está cercado por mata nativa já foi desmatado há muitos anos quando plantações de cana-de-açúcar, cebola, feijão e milho eram o meio de subsistência da família.
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– Meus bisavós e avós já moravam neste local e antigas fundações das casas deles ainda estão aqui. A única área aberta é está onde vivemos há quatro anos. Isso aqui é um terreno de herança e eu não estou roubando nada – argumentou o agricultor Carlos Garcia, de 49 anos.