O ativista, ambientalista e escritor Ailton Krenak será o primeiro indígena a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL) após receber 23 votos na tarde desta quinta-feira (5). Ele concorria com Mary Lucy Murray Del e Daniel Munduruku, que receberam, respectivamente, 12 e 4 votos. As informações são do portal g1.
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Membro da Academia Mineira de Letras desde março deste ano, Krenak entra para a cadeira 5 da ABL, deixada pelo historiador José Murilo de Carvalho, que morreu em agosto.
— O Krenak é um poeta. É uma visão de mundo muito apropriada para este momento em que o mundo está preocupado com o meio ambiente, com a mudança climática, que os povos originários lutam pelos seus direitos — ressaltou o presidente da instituição, Merval Pereira.
Constituinte de 1987 e ativismo ambiental
Nascido em 1953 em Itabirinha (MG), Krenak fundou a organização não governamental Núcleo de Cultura Indígena, que visa promover a cultura indígena, em 1985.
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Na Assembleia Constituinte de 1987, da qual o grupo participou por causa de uma emenda popular, Krenak assumiu papel ativo na defesa dos direitos de sua aldeia e dos povos originários como um todo.
Uma cena marcante foi quando pintou o rosto de preto em forma de “luto” aos retrocessos que os povos indígenas vinham sofrendo na política brasileira.
Autor de livros como “Ideias para adiar o fim do mundo”, “A vida não é útil” e “O Amanhã não está à venda”, Ailton teve obras traduzidas para mais de 13 países. Atualmente, vive na Reserva Indígena Krenak, em Resplendor (MG).
— O Krenak é realmente um indígena que trabalha a cultura indígena, a valorização da oralidade e da tradição de passar as mensagens e os pensamentos — afirma Pereira.
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— Ele tem um livro, ‘Futuro Ancestral’, no qual fala que reservar os rios é uma atitude de preservar o futuro. Os rios já estavam aqui antes da gente chegar, então, é por isso que essa visão da natureza, do homem junto da natureza, que estamos reforçando através de um grande escritor e de um grande intelectual indígena.
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