Vinte e quatro milhões de toneladas de carbono a menos emitidas pela região amazônica. Essa é a diferença, segundo estudo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), do quantitativo da emissão do gás na região, um número inferior ao que vinha sendo trabalhado pelos cientistas e que equivale a duas vezes as emissões de carbono do município do Rio de Janeiro, com todas as suas fábricas e automóveis.

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O pesquisador e doutor em Ciências de Florestas Tropicais Euler Nogueira disse que a novidade é resultado de um projeto desenvolvido sob a coordenação do cientista Phillip Fearnside, onde o ponto de partida foi determinar o quantitativo de gás carbônico que é emitido para a atmosfera pela região do Arco do Desmatamento (sul do Amazonas).

– Os resultados mostram que os números até então conhecidos estão acima do que verdadeiramente é emitido pela floresta, ou seja, nosso estudo mostra que cerca de 24 milhões de toneladas de carbono a menos estão sendo emitidas. Também fizemos observações nas áreas de floresta de Mato Grosso, do Acre e do sul do Pará. Essa redução na emissão está acompanhada dos números sobre a estocagem de carbono por Estado – explicou.

Segundo Nogueira, o trabalho realizado vai melhorar as estimativas sobre a emissão até então conhecidas pela comunidade científica. Os dados poderão ser utilizadas pelo governo brasileiro para formulação de políticas públicas na área dos serviços ambientais na floresta. Além disso, o estudo possibilitou um novo cálculo do estoque de carbono na Amazônia.

– Atualmente, considerando as condições de desmatamento contemporâneas, existem de carbono, considerando a floresta em pé, 55 bilhões de toneladas na Amazônia brasileira. Isso é o que está estocado nas árvores – revelou o pesquisador.

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As novas estimativas contribuem para reduzir as incertezas que existiam quanto ao carbono originário da Amazônia. Diante da precisão da informações, é possível informar o quanto é emitido quando a floresta é desmatada.

– Foi possível mapear quanto existe de carbono por Estado, em cada um dos territórios da Amazônia. São números mais confiáveis a respeito do estoque de carbono na região – acrescentou Euler Nogueira.