Que tal fazer uma viagem pelo Amazonas, conhecer um pouquinho da maior floresta tropical do mundo e ainda curtir uma praia com água de temperatura super agradável? Esse roteiro, que faz balançar de ansiedade qualquer “ecoturista”, inclui a pequena e simpática cidade de Maués, distante 276 km de Manaus e que tem uma importância econômica diferenciada no mercado de bebidas, por ser a maior produtora de sementes de guaraná do país.
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Não fosse o Rio Maués-Açu em vez do imenso Oceano Atlântico, a praia de Maués poderia ser confundida com tantas outras do Litoral. Mas ela possui algumas características muito próprias.
Lá, toma-se banho até mesmo à noite no “verão” de agosto a setembro, quando as temperaturas chegam a 45ºC durante o dia e, dar um mergulho sob a lua, é uma tentação difícil de resistir.
Tudo isso no meio da floresta amazônica, algo muito inspirador. Afinal, pegar uma praia na região considerada o “pulmão do mundo”, é um programa para ninguém jamais esquecer.
Nos finais de semana a Praia da Maresia é invadida. São dezenas de famílias, grupos de amigos, casais ou solitários que ficam na areia, aproveitando o sol. Enquanto isso, na água, uma frota de barcos, jet skis e lanchas deixam a paisagem ainda mais interessante.
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Festa do Guaraná
Como não há correnteza ou repuxo, a segurança beneficia crianças e idosos. Se a viagem acontecer em novembro, o turista ainda pode curtir ali na areia a fantástica Festa do Guaraná e suas muitas atrações.
A festa é promovida pela prefeitura e tem o apoio do Guaraná Antarctica, que está em Maués desde 1962 e mantém na cidade uma unidade de fabricação do extrato da bebida. É a celebração do sucesso da safra da fruta e um incentivo à cultura indígena. Dessa pequena cidade de hábitos simples, as sementes são exportadas para vários países, entre eles Japão e Portugal.
* O repórter viajou à convite da AmBev
Terra do guaraná
A cidade de Maués tem cerca de 40 mil habitantes e fica às margens do Rio Maués-Açu. A economia baseia-se na produção do guaraná e, em menor, escala, no turismo. O comércio é diversificado e praticamente tudo que existe na cidade chega de balsa ou barco, inclusive veículos e materiais de construção.
Por conta dessa limitação é grande o número de motocicletas na cidade e a maioria dos condutores e caronas não usa capacete. No meio da floresta estão as plantações de guaraná. São cerca de 1,5 mil agricultores que trabalham em regime familiar e produzem por ano 460 toneladas da fruta.
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Rio Amazonas, um espetáculo da natureza
Navegar pelo Rio Amazonas, o maior rio do mundo, significa assistir a cenas como o voo de uma ave e se emocionar com algo tão simples e, ao mesmo tempo, tão grandioso. Não é a toa que o conquistador espanhol Francisco Orellana ficou fascinado com esse “corredor” de água ao se tornar o primeiro europeu a percorrer todo o rio nos anos de 1541 e 1542.
Para quem segue de Manaus a Maués o Rio Amazonas é um prato cheio de atrações. Pouco mais de 10 quilômetros depois da Capital está o primeiro espetáculo: o encontro das águas dos rios Negro e Solimões, que juntos formam o Amazonas.
Em noites de lua cheia, com céu claro, é possível observar as águas de um e de outro rio, que nunca se misturam, ao longo de quatro ou cinco quilômetros.
Ainda em Manaus está o porto e, nos arredores dele, dezenas de navios cargueiros que dali seguem para Belém, onde chegam ao Oceano Atlântico e ganham o mundo. Nessa região, tem-se a impressão de que o Amazonas não é apenas um rio, mas um mar, de tão grande que ele é.
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O maior de todos os espetáculos que o Rio Amazonas pode oferecer é o mais simples desde que Deus fez o mundo. Somente quem já viu o nascer do sol naquele espelho d’água consegue definir a cena.
No silêncio quebrado apenas pelo canto das aves, o sol aos poucos parece sair do chão da floresta para iluminar os caminhos de quem navega por aquelas águas.
A população ribeirinha se destaca pela simplicidade. Crianças e adultos saem de suas casas simples, muitas delas de pau-a-pique, para ver a passagem dos barcos, lanchas ou “voadeiras”, que são pequenos barcos motorizados e cuja velocidade justificam o apelido da embarcação.
Çapó, o tônico da juventude
Seu João Rocha, de 100 anos de idade, mora na comunidade de Camarãozinho, a 20 minutos de lancha de Maués, e ainda trabalha na plantação do guaraná. Ele atribui à fruta toda sua energia e disposição. Como a maioria dos moradores da região, Rocha toma o çapó, mistura de pó de guaraná e água, durante todo o dia.
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O grande número de idosos em Maués já despertou o interesse do INSS, que desconfiou do alto índice de aposentados na região. Após constatar que todos estavam realmente vivos, ajudou a aumentar o mito de que o guaraná é a verdadeira fonte da juventude.