Quanto mais criativa, melhor fica a participação dos atletas amadores na Maratona de Porto Alegre. Pelo menos este é o recado que algumas equipes deixam na hora da inscrição para a prova do dia 23.
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Na hora de preencher o nome da equipe de seguranças da Assembleia Legislativa de Porto Alegre para o revezamento, Jefferson Garcia não titubeou: é Xamichungas Runners e não se fala mais nisso. Nem todo mundo aprovou a alcunha, que o porto-alegrense ouvira numa aula de português como derivação de sanguessugas. Mas os colegas, que preferiam algo mais másculo como Velozes e Furiosos, não tiveram tempo de apitar.
– Tem que ser algo engraçado. Não somos atletas, participamos das provas apenas para completá-las. Cada um tem sua meta pessoal, mas a intenção de todos é se divertir – explica o segurança de 33 anos.
Principal agitador do grupo de maratonistas, porém, Garcia não participará da própria criação. Corredor desde os 19 anos, formou uma dupla de revezamento com sua mulher. Também não economizou no bom humor na hora de cadastrar o casal para a meia maratona: Tarja Preta é o nome do par.
Criada há seis anos por um grupo de colegas de trabalho de uma empresa de Cachoeirinha para participar da Volta à Ilha, realizada em Santa Catarina, a Los Malditos também se garantiu na disputa da Capital. Com o grupo disperso ao longo dos anos, porém, agora o acordo é outro: dos cinco mentores, pelo menos um tem que representar a equipe na Maratona de Porto Alegre. Em 2010, o corredor com a camisa ilustrada por um sombrero sobre o nome do grupo será o contador Hélio Lippert, 37 anos.
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– A criação da equipe faz parte do aquecimento. Alguns criam uma rivalidade dentro do próprio grupo, que estimula o pessoal a se preparar melhor – comenta Paulinho Stone, do Clube dos Corredores de Porto Alegre (Corpa).
Foi de uma disputa quase infantil que, em 2009, se formou outra das equipes que chegam abafando já na ficha de inscrição. O costume de alguns amigos de desafiar os corredores a completar o percurso na Capital foi inspiração para a “Diz Que Duvida”, com um representante nos 42 quilômetros e três na rústica. Este ano, porém, uma contusão na panturrilha a um mês da Maratona de Porto Alegre fez o triatleta Leonardo de Los Santos, único no percurso longo, encarar o nome do grupo de um jeito diferente.
– O médico apostou comigo que eu não conseguiria. Mas vou completar a prova. Agora é mais “Diz Que Duvida” do que nunca – prometeu o professor de Educação Física.