Uma equipe internacional de pesquisadores, liderada pela Universidade de Lancaster, na Inglaterra, fez um avanço promissor no desenvolvimento de medicamentos para tratar a Doença de Alzheimer. Isso porque cientistas desenvolveram, pela primeira vez, um medicamento que atua nos “principais pontos críticos” promotores de agregação da proteína Tau no cérebro, um fator-chave da neurodegeneração. 

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Segundo pesquisa publicada na revista Alzheimer’s & Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association, a droga, um inibidor peptídico chamado RI-AG03, foi eficaz na prevenção do acúmulo de proteínas Tau em estudos de laboratório e com moscas da fruta. 

“Nossa pesquisa representa um passo importante na criação de tratamentos que possam prevenir a progressão de doenças como a Doença de Alzheimer. Ao visar ambas as áreas-chave da proteína Tau, esta abordagem única poderia ajudar a abordar o impacto crescente da demência na sociedade, proporcionando uma nova opção, muito necessária para o tratamento destas doenças devastadoras”, disse Anthony Aggidis, um dos cientistas envolvidos na pesquisa. 

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Conforme a pesquisa, existem dois “pontos críticos” específicos da proteína Tau onde a aglomeração de proteínas tende a acontecer. Embora os tratamentos atuais tenham como alvo um ou outro desses pontos críticos, o RI-AG03 bloqueia ambos exclusivamente.

“Pela primeira vez, temos um medicamento eficaz na inibição de ambas as regiões. Este mecanismo de duplo direcionamento é significativo porque aborda ambos os domínios que estimulam a agregação de Tau, potencialmente abrindo caminho para tratamentos mais eficazes para doenças neurodegenerativas como a doença de Alzheimer”,  explicou Amritpal Mudher, professor de neurociência da Universidade de Southampton. 

O estudo 

 A droga foi testada em moscas da fruta e em células humanas. No caso dos insetos, o uso do bloqueador de proteínas aumentou a expectativa de vida dos animais em 35%. 

A equipe acredita que o trabalho terá um impacto significativo nos esforços de descoberta de medicamentos no campo das doenças neurodegenerativas e agora planeja testar o RI-AG03 em roedores, antes de prosseguir para os ensaios clínicos.

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