A organização criminosa alvo da operação Smuggler, deflagrada na manhã desta quarta feira pela Polícia Federal e a Receita Federal de Itajaí, tinha Balneário Camboriú como base para a distribuição de mercadorias ilegais trazidas do Paraguai. Além de lojas em Blumenau e Brusque,a polícia descobriu que a quadrilha vinha negociando através de sites de compras na internet. Em alguns casos, usando notas falsas para ¿esquentar¿ a mercadoria ilegal.
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_ São donos de bancas em Balneário Camboriú, organizados em uma associação criminosa _ explica o delegado Maurício Todeschini.
As investigações começaram há três anos, após seguidas apreensões da Receita Federal no maior camelódromo de Balneário Camboriú. A fiscalização percebeu que havia algo além do simples descaminho de mercadorias, e alertou a Polícia Federal.
A apuração levou à descoberta de um esquema criminoso estruturado, com lideranças definidas, que usava carros com batedores e ¿mulas¿ para trazer produtos ilegais do Paraguai. Os responsáveis por trazer as encomendas eram recrutados em boa parte do Estado, de Itajaí a Joinville.
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Chamou a atenção da polícia a incoerência entre o que era declarado pelos empresários e o estilo de vida que mantêm. Alguns deles são donos de pequenas construtoras em Camboriú e Balneário Camboriú, e as suspeitas são de que essas empresas sejam utilizadas para lavagem de dinheiro movimentado pela organização.
Apreensões
Nesta manhã foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em cinco boxes do camelódromo de Balneário, uma loja em Blumenau, uma em Brusque, e em casas de suspeitos. Entre as mercadorias apreendidas estão eletrônicos, celulares e cosméticos, avaliados em cerca de R$ 310 mil. Também foram encontrados R$ 10 mil escondidos no banheiro de uma casa, e uma arma calibre 380.
A Justiça determinou ainda sequestro de bens (três boxes nocamelódromo de Balneário, quatro terrenos e carros) e bloqueio de quatro contas bancárias. Notebooks, documentos e celulares recolhidos com os 14 suspeitos levados à delegacia da Polícia Federal em Itajaí para depor passarão por perícia, que poderá elucidar detalhes do suposto esquema.
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A Receita ainda não sabe qual o volume de arrecadação que deixou de chegar aos cofres públicos por atuação da organização. Mas já sabe que se trata de um valor considerável: de acordo com as investigações, a quadrilha atua em Santa Catarina desde a década de 1990.