Um grupo de 11 estudantes foi parar no hospital por suspeita de intoxicação em uma escola estadual de Indaial nesta quinta-feira (14), informaram os bombeiros voluntários. A suspeita é que o consumo de água ou alimento no refeitório tenha causado a situação.

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Chefe de socorro dos bombeiros, Rodrigo Wagenknecht conta que o acionamento ocorreu durante a manhã, depois do horário do recreio. A informação inicial era de que um aluno estaria passando mal. Ao chegar à Escola de Educação Básica Attela Jenichen, a equipe logo identificou duas vítimas.

Enquanto fazia o atendimento, o número foi aumentando rapidamente, chegando a 11. Todas as ambulâncias dos bombeiros voluntários foram para o local. Além disso, o Samu também prestou apoio. Os sintomas dos jovens eram parecidos: náusea, tontura, dor de cabeça, tosse, falta de ar e olhos vermelhos.

Em uma análise superficial, os socorristas suspeitaram de intoxicação alimentar ou por ingestão de água contaminada. A segunda hipótese ganhou mais força depois que as vítimas relataram terem sentido gosto de cloro e ferrugem na água fornecida nos bebedouros.

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Para constatar tese de intoxicação por cloro, uma amostra foi colhida pela Vigilância Sanitária. A Polícia Civil esteve na instituição para acompanhar o caso. Foi recolhida, também, uma porção da merenda fornecida nesta quinta aos estudantes.

Os 11 atendidos estavam fazendo atividades físicas no momento em que começaram a passar mal. Por isso, por ora, nenhuma possibilidade de causa do mal-estar foi descartada.

Os bombeiros divulgaram que foram casos leves e que a maioria foi liberada do Hospital Beatriz Ramos na sequência. Apenas dois, que tiveram um quadro mais intenso, permaneceram em observação, disse a Polícia Militar, mas também foram para casa poucas horas depois do ocorrido. A unidade de saúde confirmou que às 14h40min já não havia nenhum jovem no local.

A coordenação da escola estava em reunião quando o NSC Total tentou contato e, por isso, ainda não há um posicionamento oficial.

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Cuidados e atenção

Michele Debiasi Alberton, professora do curso de Farmácia da Universidade Regional de Blumenau (Furb), explica que após a exposição a uma possível contaminação por cloro, é importante monitorar para que seja verificada a “extensão da intoxicação”. Mesmo que o caso de Indaial não tenha sido confirmado ainda como um problema relacionado à substância, esse acompanhamento é essencial.

— (Deve-se) ficar atento a sintomas como dificuldade de respirar, e dores abdominais, vômito contendo sangue. Observar a irritação nos olhos e dificuldade de enxergar persistente. Se algum destes sintomas for observado, levar a criança ao pronto atendimento imediatamente. Em caso de ingestão de cloro, é importante não tentar induzir o vômito, pois isso pode causar mais danos, pois o cloro é cáustico e corrosivo. No caso de ingestão, é mais interessante dar água ou leite para a pessoa intoxicada, para diluir o cloro no estômago.

A professora reforça, ainda, os cuidados para o manuseio de cloro tanto em caixas d’água quanto em piscinas.

— É necessário o cuidado quando se usam produtos clorados para a limpeza da caixa d’água, por exemplo, que pode ser uma das fontes da contaminação excessiva da água da rede de abastecimento com o cloro. Outro cuidado importante é o tratamento da água de piscinas com quantidade adequada, para evitar intoxicações. Quando manusear cloro ou água sanitária, é importante a proteção adequada com luvas, por exemplo, e ventilar bem a área quando a estiver usando. Também deve-se ter o cuidado de não utilizar os produtos à base de cloro com outros produtos de limpeza, como os que contêm amônio, para evitar a liberação de gases tóxicos — explica.

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