Estudantes da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) realizaram um protesto na manhã desta quarta-feira (26) em Joinville. Vestidos de preto, a principal reivindicação reivindicação é a reposição de profissionais devido à falta de professores efetivos no curso de engenharia civil. De acordo com eles, há aproximadamente um ano que solicitam mais docentes à reitoria.

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Segundo o estudante Augusto César Tamanini, o plano político-pedagógico (PPC) da prevê que curso tenha 36 professores efetivos. Atualmente, 21 docentes contratados estão dando aulas para o curso de engenharia civil – destes seis estão de licença. A carência no quadro de docentes acontece, conforme os alunos, porque muitos professores se aposentaram ou foram exonerados e não houve a reposição dos profissionais.

Para o estudante, a falta de professores afeta, principalmente, os trabalhos de pesquisa e extensão na universidade, já que os substitutos podem realizar somente atividades de ensino e não dos projetos de extensão. Além disso, o estudante ainda afirma que, por causa da falta de professores, uma das matérias começou a ser lecionada em setembro, cerca de um mês depois do início do segundo semestre.

— É bastante desanimador estar dentro de uma universidade de renome e pública e se deparar com essa situação que enfrentamos aqui — lamenta.

Em 2017, o centro acadêmico de engenharia já havia elaborado um abaixo-assinado solicitando mudanças e exigindo um posicionamento da reitoria. De acordo com Tamanini, no ano passado a reitoria realizou duas reuniões com os alunos, informando que quatro professores seriam contratados. Quase um ano depois, conforme o estudante, nenhum novo docente começou a dar aula na engenharia civil.

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Preocupação também com o quadro docente do Mestrado

Fora a graduação, a falta de professores ainda preocupa estudantes e docentes do mestrado da universidade. De acordo com Andreza Kalbusch, coordenadora do mestrado, atualmente são oito professores permanentes que lecionam no mestrado da Udesc. O número é o mínimo exigido pelo Ministério da Educação para o funcionamento deste tipo de graduação no País. Conforme a coordenadora, nos próximos meses, dois professores podem requerer a aposentadoria, diminuindo ainda mais o quadro de funcionários.

— Assim, nós baixaríamos o número para o mínimo que o ministério exige, nos preocupam muito a carência de professores e a falta de contratação ao longo do tempo. Se nós não conseguirmos completar o quadro, corre o risco até fechar — ressalta a coordenadora.

O diretor-geral em exercício da universidade, Sérgio Henrique Pezzin, aponta que apoia o manifesto dos alunos, professores e técnicos da engenharia civil. Segundo ele, o curso não teve reposição recente depois da saída de alguns docentes. Pezzin também informou que a direção do campus já realizou diversas reuniões com a reitoria para tratar da preocupação com a falta de professores e que aguarda uma posição para a solução do problema.

O que diz a reitoria da universidade

Em nota, a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) informou que está em estudo uma solução definitiva para resolver o problema. Conforme a instituição, no início do próximo semestre, serão convocados 34 professores efetivos aprovados no último concurso para todos os campi da universidade. Desta quantidade, um novo professor efetivo será destinado ao curso de engenharia civil, embora a demanda neste curso seja maior, hoje coberta por professores substitutos.

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Ainda conforme a Udesc, as contratações ainda não foram feitas porque extrapolariam o limite de 49% reservado à folha de pagamento do governo do Estado.

“Em paralelo, a Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan) da Udesc, órgão ligado à reitoria, esteve reunida nesta terça-feira, 25, com professores do Departamento de engenharia civil, em Joinville, e assumiu o compromisso de apresentar uma metodologia contínua de contratação de novos docentes para reposição em casos de aposentadoria e exoneração. Com isso, serão estabelecidas regras para serem aplicadas em toda a universidade”, afirma universidade em nota.