Levar a música para as regiões mais distantes do País, além de oportunizar contatos entre professores e estudantes de todo o mundo. Esta é uma das metas do 11º Festival de Música de Santa Catarina (Femusc), evento que reúne 205 alunos de 16 Estados brasileiros em Jaraguá do Sul.

Continua depois da publicidade

>> Leia mais notícias sobre Jaraguá do Sul e região >>>

O diretor artístico do Femusc, Alex Klein, ressalta que a diversidade geográfica de alunos que participam do festival é a prova de que há mercado musical no Brasil. Segundo ele, o festival não pode mudar a realidade das cidades pequenas, que têm pouco dinheiro para investir em cultura e até em saúde e educação, mas pode oferecer a esses talentos a oportunidade de alcançarem seu potencial e conhecerem professores dispostos a ensinar até mesmo pela internet. Foi o que ocorreu com o professor de viola Richard Young, dos Estados Unidos.

– Ensino na Europa, na Ásia e na América do Sul. Por isso, não consigo estar junto dos meus alunos. Um dos meus alunos sugeriu instalar o programa Skype no meu computador para fazermos as ligações e conversarmos sobre música – conta.

Continua depois da publicidade

Conforme ele, as aulas ocorrem individualmente porque, em grupos, fica mais complicado observar os detalhes. Richard consegue avaliar a entonação da música. Já as questões técnicas ficam mais difíceis por causa do atraso entre a imagem e o som que recebe.

– Mesmo com essas limitações, se você não tem mais nenhuma opção, é uma boa escolha. Posso falar para o aluno se ele está preparado ou não, motivá-lo a estudar mais – explica.

O professor lembra de um caso que envolveu uma aluna brasileira. Carolina Menezes foi indicada para uma bolsa de estudos para violinista nos Estados Unidos. O problema é que a jovem tocava viola. Segundo Young, os dois instrumentos são diferentes, embora a técnica seja parecida. Ele e a jovem fizeram seis aulas pela internet e os ensinamentos ajudaram a jovem a conseguir a bolsa.

Continua depois da publicidade

– A internet deu uma oportunidade para uma jovem que não teria condições de ir estudar fora do País – revela.

Aulas pela web ajudaram André

A história do baiano André Alves, em Conceição do Coité, é marcada pela vontade de aprender. Aos 13 anos, ele começou a frequentar as aulas de flauta doce em um projeto social. Um mês depois, passou a tocar violoncelo, mas o professor abandonou o projeto.

– Éramos oito alunos para um violoncelo. Quando o professor desistiu, pude levar o instrumento para casa. Foi assim que a minha mãe descobriu o que eu estava aprendendo – diz.

Continua depois da publicidade

Sem professor, André assistia a vídeos de músicas conhecidas e procurava fazer igual. Adicionava músicos nas redes sociais e perguntava a eles se podia ter aula via Skype, pois não tinha dinheiro para bancar uma viagem. Em 2013, realizou um recital e uma vaquinha online para custear as despesas para participar do Femusc.

– Foi aqui que pude ver que tinha de estudar mais. Naquele ano, passei em uma seletiva e me apresentei com a Orquestra Sinfônica do Brasil (OSB) – diz.