De um lado do rosto, a pintura em verde e amarelo representa as cores do Brasil. Do outro, o vermelho e azul denotam o amor pela Rússia – país-sede da Copa do Mundo e também de uma das melhores companhias de balé do mundo, o Teatro Bolshoi. Na manhã desta quinta-feira, a paixão pelos dois países guiou a torcida na Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, em Joinville, onde diversos estudantes se reuniram para acompanhar a abertura e a primeira partida do Mundial, entre Arábia Saudita e Rússia.
Continua depois da publicidade
A aluna Júlia Felippi, 15 anos, colava balões com as cores dos dois países na porta da sala onde a torcida estava. Assim como o contraste do colorido simbolizado na entrada do lugar, a jovem transparecia o mesmo sentimento: o coração dividido em torcer pelas duas seleções na Copa deste ano. Ela estuda na Escola do Bolshoi há quatro anos, vivencia o dia a dia do balé russo na escola e criou um laço de afetividade com o país-sede.
— É difícil decidir entre um e outro. Neste ano, eu estou torcendo pelas duas seleções. Só espero que não joguem juntas porque não vou conseguir decidir entre uma e outra — brinca a adolescente.
Vivenciar um pouquinho da cultura russa aqui no país também inspira muitos os alunos a conhecerem a história e o idioma falado no país. Há cerca de três meses, Rafael de Oliveira, 19 anos, decidiu aprender a língua falada na Rússia. Ele começou a estudar sozinho com a ajuda da internet e agora já consegue formar pequenas frases. Para o jovem, a sentença que mais combina com esta Copa do Mundo é “eu sou brasileiro, mas a minha alma é russa” (em russo, “? ????????, ?? ??? ???? ???????”).
Além dos alunos, os profissionais russos que atuam na escola também ocuparam cadeiras na plateia para acompanhar o primeiro dia de Mundial. Com a cerimônia, os profissionais puderam matar um pouco da saudade da terra natal, ainda que rapidamente. Além disso, a realização do Mundial trouxe bastante representatividade à Rússia aos olhos do mundo.
Continua depois da publicidade
— Eu gostei da cerimônia, estava muito bonita, mas achei curta. Também senti um pouco a falta de mais cantores e artistas russos, um pouco mais do que dos outros países — comenta Dmitry Afanasiev, professor da escola que vive há 12 anos em Joinville.
Ainda que a seleção russa nunca tenha ganhado um Mundial, a torcida dos alunos e profissionais da Escola do Bolshoi parece ter trazido boa sorte à anfitriã, que goleou a Arábia Saudita por 5 a 0.