A faixa preta de luto amarrada no portão, trancado por um cadeado, resume a manhã desta quinta-feira na escola Januária Teixeira da Rocha, no Campeche, em Florianópolis. Os 158 alunos foram dispensados e devem voltar às aulas somente na próxima quinta-feira (27), enquanto os professores vão voltar para a escola na quarta-feira (26). Todas as atividades foram canceladas depois da diretora da escola, Elenir de Siqueira Fontão, ser assassinada pelo ex-namorado dentro da unidade nesta quarta-feira (19) no fim da tarde.

Continua depois da publicidade

A escola atende crianças do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental e o crime chocou alunos, pais e moradores dos arredores. Elenir havia ficado na escola após a saída dos alunos nesta quarta para esperar com um estudante que aguardava os pais. O ex-namorado invadiu o local, rendeu a diretora e se trancou com ela em um banheiro, onde a atacou com facadas.

O caso gerou apreensão nos moradores e outros profissionais da unidade de ensino, preocupados com a maneira como o homem invadiu o local. A escola Januária Teixeira da Rocha é pequena e tem uma grande integração com a comunidade do Campeche. As portas do colégio estão sempre abertas e há grande contato com os vizinhos. O muro é baixo e não há uma estrutura de segurança, o que segundo a secretaria de Estado da Educação nunca foi necessário, pois a escola possui essa característica diferenciada e nunca foi alvo de crimes.

— É uma escola que não tem muros altos, não tem grade, porque ela de fato é parte da comunidade. Então não havia uma questão de segurança ali iminente. Não existe nenhum outro episódio de invasão, nada — explicou o secretário-adjunto de Educação do governo de SC, Vitor Fungaro Balthazar.

Segundo o secretário, o governo vai oferecer apoio psicológico aos professores e aos estudantes através do Nepre (Núcleo de Educação e Prevenção às Violências na Escola).

Continua depois da publicidade

— Primeiro vai ser com os professores, na quarta-feira (26), para que eles tenham orientações sobre como agir com os alunos a partir de quinta-feira (27). Ações, como conversar, para que esses professores estejam preparados para agir no acolhimento dos estudantes.

*Com informações da repórter Bárbara Barbosa, da NSC TV.