A sucessiva onda de roubos e furtos dentro e fora da maior universidade de Itajaí vem preocupando os alunos que circulam por lá diariamente. Por isso, foi organizado um protesto para a próxima sexta-feira, às 15h, com saída em frente ao Centro de Vivência da Univali em direção à reitoria. Até o fim da tarde de segunda-feira, quase 300 pessoas tinham confirmado presença no evento criado no Facebook.

Continua depois da publicidade

O estudante de Jornalismo, Lauro Henrique Wagner, foi um dos que confirmou presença. Ele foi assaltado no último dia 23, quando saía da aula, por volta das 21h40min. Dois rapazes o abordaram na rua e pediram o telefone celular. Lauro se recusou a entregar, então eles mostraram a arma e pediram para ele escolher entre entregar a mochila ou o celular. Ele resolveu entregar o aparelho.

– Eram dois jovens entre 18 e 20 anos. Dias depois, os mesmos passaram em frente ao ponto de ônibus do Hotel Ibis e roubaram os telefones de duas meninas. Já tive uma amiga assaltada ao meio-dia em outro ponto de ônibus e ouvi falar também de assaltos dentro do campus também – conta Lauro.

A mobilização chegou também aos membros da União Catarinense dos Estudantes (UCE). Ontem de manhã, eles entregaram um ofício ao reitor pedindo mais segurança no campus. O texto, assinado pelo presidente Yuri Becker dos Santos, diz que “é inadmissível que os estudantes tenham sua integridade física ameaçada tendo em vistas as ocorrências de assalto na universidade”.

Segundo a diretoria de cultura e uma das representantes na Univali, Janaina de Fátima Zdedskyi, a UCE foi procurada pelos alunos, mas também tomou a iniciativa de participar da movimentação.

Continua depois da publicidade

– Vários alunos dos cursos de saúde fazem parte da UCE e a gente sabe que lá a situação é mais crítica – conta Janaina.

Alunos devem registrar boletim de ocorrência

O caso de Lauro Henrique Wagner parece ser bem comum. Mas, assim como ele, a grande maioria das pessoas que relata ter sido assaltada na Univali não registrou boletim de ocorrência. O delegado e coordenador da Central de Polícia Civil, Etelino Pedro Steil, diz ter conhecimento dos casos porque uma das filhas dele estuda na universidade. Mas ele diz que as pessoas não costumam registrar o BO.

– A gente sempre orienta que isso seja feito, porque ajuda muito na investigação e na prevenção de novos crimes – explica.

Hoje, os boletins de ocorrência podem ser feitos no site da Polícia Civil. Há até mesmo uma opção só para roubo e furto de celular, que é o objeto mais procurado pelos bandidos, segundo o próprio delegado.

Continua depois da publicidade

O reitor da Univali, Mário Cesar dos Santos, conta que sabe dos pedidos dos alunos e comenta que a universidade investe em segurança. Segundo ele, até hoje apenas um boletim de ocorrência foi feito por causa de assalto dentro da faculdade. Inclusive, uma das 49 câmeras de segurança flagrou a ação que resultou no roubo de um celular.

– Além das câmeras, nós também instruímos todos os funcionários da segurança a zelarem também pela segurança dos alunos. Além disso, temos parceria com a Polícia Militar, tanto que as viaturas têm autorização para entrar em circular dentro do campus – comenta.