Alunos da maior escola municipal de Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis, estão estudando em um galpão desde o dia 15 de fevereiro, quando ocorreu a volta às aulas presenciais de 2021. Isso acontece porque o edifício, inaugurado em 1977, foi demolido em 2020. Agora, o espaço passa por obra para construção de uma nova unidade. 

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O prazo de entrega do novo prédio da Escola Municipal Professora Lourdes Garcia era agosto de 2021, mas não foi cumprido e os alunos continuam tendo aulas em um local inapropriado há quase oito meses. O galpão frenquentado pelos estudantes está dividido em duas partes. De um lado os alunos estudam, do outro, funcionários de uma distribuidora de água trabalham. 

A maior reclamação dos estudantes, professores e pais está relacionada com a acústica e com a insegurança do espaço. O barulho da distribuidora de galões de água é incessante durante as aulas. Quando chove, o ruído é ampliado no local. Dentro do galpão não é diferente. As salas de aula são separadas por divisórias, o que não impede a vazão do som.

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Esse fator fez com que João Pedro Forrati Pereira, de 11 anos, parasse de frequentar o galpão e voltasse a estudar em casa, de forma on-line.

— Quando chove dá um eco por causa do material que é feito o galpão e não dá para prestar atenção em quase nada. É meio dificil de aprender. Eu sempre voltava com dor de cabeça pra casa. Três vezes por semana no minimo — contou o aluno à NSC TV.

Além disso, caminhões da empresa de água dividem espaço com as crianças e jovens. O entra e sai de veículos do pátio acontece ao mesmo tempo em que os ônibus escolares deixam os estudantes. Isso preocupa funcionários da escola e o diretor Volnei Vieira.

— Na verdade hoje o ônibus para aqui na frente e deixa a criança na porta da escola, mas a gente tem receio mesmo é da segurança, porque falta pátio, falta tudo, pensando no bem estar do aluno — desabada Volnei.

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A locação do galpão já custou mais dde R$ 84 mil reais à prefeitura, cerca de R$ 12 mil mensais. Segundo a secretaria de Educação municipal, o órgão buscou outros lugares para os alunos estudarem, mas não encontrou.

A nova escola

O edifício da Escola Municipal Professora Lourdes Garcia foi construído em 1977 e atendia cerca de 600 alunos entre 4 e 15 anos. A prefeitura de Santo Amaro da Imperatriz, por meio de um financiamento da secretaria da Educação de Santa Catarina, conseguiu licitar a construção de uma nova escola. Em agosto de 2020 o prédio foi destruído para o começo das obras.

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O prazo era de 365 dias e a entrega da construção deveria ser feito no dia 19 de agosto de 2021, o que não aconteceu. Desde então, a obra que estava estimada em R$ 3,6 milhões passou a custar R$ 3,8 milhões. A construção ainda não tem janelas e diversos detalhes do obra não foram terminados. 

Veja fotos da escola improvisada

Alunos de escola municipal de Santo Amaro estudam em galpão
Alunos de escola municipal de Santo Amaro estudam em galpão – (Foto: Arquivo pessoal,. Divulgação)
Aulas acontecem no local enquanto escola nova é construída
Aulas acontecem no local enquanto escola nova é construída – (Foto: Arquivo pessoal,. Divulgação)
Estrutura da unidade improvisada é alvo de reclamações do pais
Estrutura da unidade improvisada é alvo de reclamações do pais – (Foto: Arquivo pessoal,. Divulgação)
Local não é considerado apropriado para as aulas
Local não é considerado apropriado para as aulas – (Foto: Arquivo pessoal,. Divulgação)
Escola divide espaço com empresa de bebidas
Escola divide espaço com empresa de bebidas – (Foto: Arquivo pessoal,. Divulgação)
Nova unidade está em obras e alunos aguardam a conclusão
Nova unidade está em obras e alunos aguardam a conclusão – (Foto: NSC TV)

Prefeitura justifica atraso por clima e pandemia

A secretaria de Educação municipal espera que a construção esteja quase finalizada em fevereiro de 2022 para que os alunos possam retornar ao espaço. A secretária Sônia Maria de Macedo diz que os principais motivos do atraso são o clima e a pandemia.

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— Os dois primeiros meses do ano foi chuva. Teve a pandemia, o dono da empresa Global veio a falecer por complicações da Covid. A obra não tinha projeto de ar-condicionado, nós fizemos projeto de ar-condicionado — justificou Sônia.

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Mesmo com a finalização da obra, a escola enfrenta outro problema. Para abrigar todos os estudantes matriculados é preciso de quinze salas de aula por período, mas o novo prédio tem apenas doze salas sendo construídas. Por isso, um novo projeto para mais oito salas será licitado, segundo a secretaria de Educação do municipio.

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