Uma delegação formada por 32 alunos e dois professores do Grupo de Robótica da Católica de Santa Catarina de Jaraguá do Sul e de Joinville viaja para São Caetano do Sul (SP) na madrugada desta quinta-feira em busca de premiações no RoboCore – 14º Winter Challenge, considerado o maior evento de combate de robôs da América Latina. A equipe é a maior do encontro em número de robôs e participantes, dentre as 110 inscritas de todo o País. Para os estudantes da Região estão em disputa 11 das 19 categorias do evento, que terão seus vencedores conhecidos até o próximo domingo (8) no Instituto Mauá de Tecnologia.

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Criado há seis anos, o Grupo de Robótica da Católica SC tem bom retrospecto em competições do gênero e chega a São Paulo com planos de melhorar o desempenho conquistado no ano passado, quando levou 17 troféus em três competições (uma regional; uma nacional e outra internacional). Considerando o Winter Challenge de 2017, os robôs criados pelos estudantes do centro universitário alcançaram o primeiro e o segundo lugar, respectivamente, nas categorias ‘Seguidor de Linha’ (robô autônomo com sensores que identificam cores e tem o objetivo de seguir uma pista com linhas brancas em um menor tempo possível) e ‘Trekking’ (robôs que têm que encontrar objetos em um campo de futebol). Além disso, estão hoje no Top 20 das melhores equipes de robótica do país, dentre 780 componentes.

É com esse retrospecto e um investimento de R$ 32 mil na temporada que o grupo almeja ter a maior pontuação geral diante dos competidores. A aposta da “WickedBotz” desta vez foi inovar e aprimorar os equipamentos, que resultaram em 26 projetos autônomos, de combate e de simulação inscritos – 24 robôs guiados por inteligência artificial e dois times de futebol 2D, este operado por um software no qual os alunos programam o time para concorrer com outros participantes.

Iniciativa multidisciplinar

De acordo com Manfred Heil Junior, coordenador do Grupo de Robótica da universidade, os projetos foram feitos de forma multidisciplinar, tendo participação de estudantes de cursos como Engenharia Mecânica; Engenharia de Software; Engenharia Elétrica; Engenharia de Produção e Design. Geralmente, a equipe de mecânica projeta e monta a imagem do robô, já a equipe de elétrica faz ele funcionar e a área de software, cria o algoritmo para que ele funcione de acordo com a forma planejada.

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— Independente do curso, por ser multidisciplinar, cada aluno que vai competir no desafio como gerente de algum projeto tem que entender o robô como um todo. Ele participa da concepção, sabe montar a parte eletrônica e também as funções do software. Temos uma equipe unida, que trabalhou até às três horas da manhã por vários dias para que conseguíssemos terminar todos os projetos. Foi uma luta fazer isso, mas agora é ir lá e conseguir trazer premiações — torce.

Na quarta-feira parte deles, do curso de Engenharia de Software: Pedro Paulo Vatraz, Fabiana Borba, Ariel Sam e Claudia Langer, ainda faziam ajustes na programação dos equipamentos. Claudia, de 31 anos, por exemplo, participa do grupo há um ano e buscou na equipe uma oportunidade para aprimorar sua formação em uma área que faz parte de sua vida desde criança.

— Costumo dizer que minha ligação com a robótica vem de uma história de infância também, porque tenho um irmão que tinha a mania de desmontar todos os meus brinquedos e eu acabava montando-os de novo. Então, sempre gostei dessa parte de mexer em mecânica, em elétrica e montagem. E de certa forma, trabalhando com o software vamos ligando as peças que controlam os robôs — conta ela.

Grupo aposta na inovação para garantir bons resultados

Os robôs da Católica SC decidiram aliar design e tecnologia para se destacar na edição deste ano da competição nacional. Um dos elementos levados pelo grupo à São Caetano do Sul consiste na transformação de um aspirador de pó em um robô. O equipamento conta ainda com o auxílio da arte do design em seu acabamento, com o intuito de surpreender. Caso consiga boa classificação, a equipe pode ser convidada para eventos internacionais, como nos Estados Unidos e na China.

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Essa aposta nos robôs diferenciados vai além da técnica e pode servir de soluções para a indústria da Região, quando aplicadas ao conceito de “Indústria 4.0”. O robô ‘Jurubebs’ é um desses exemplos e pode gerar a criação de um carrinho autônomo capaz de transportar materiais identificados eletronicamente em uma linha de produção fabril. Essa mesma atividade hoje é desempenhada com pequenas empilhadeiras.

São ideias como essas que inclusive ajudam a capacitar os universitários para os novos modelos de trabalho conforme as novas demandas do mercado. É o que salienta o coordenador do curso de Engenharia de Software, Maurício Henning.

— A robotização e automatização dos processos dentro da linha de produção é algo que não tem escapatória hoje, ou seja, vai existir um momento em que a gente vai ter robôs em quase toda a linha produtiva, mas vamos precisar também ter profissionais que vão interagir com esses robôs. Eles ainda não são inteligentes suficientemente para desenvolver a atividade humana e por isso temos que ter pessoas preparadas para fazer essa programação e trabalhar com a questão da inteligência artificial dentro da Indústria 4.0. E é para isso que estamos preparando esses profissionais — justifica.

Serviço:

O quê? RoboCore – 14º Winter Challenge

Quando? De 5 a 8 de julho

Onde? Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano do Sul (SP)

Quem participa? Equipes de robótica de todo o País. Do Norte catarinense estão inscritos estudantes da Católica SC e Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

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