Alunos de escola estadual estão sem aula de biologia em Joinville

As aulas de biologia se tornaram um problema para cerca de 400 alunos dos ensinos fundamental e médio da Escola de Educação Básica Maestro Francisco Manoel da Silva, do bairro Vila Nova, em Joinville.

Os estudantes não tiveram conteúdo da matéria desde o início do ano letivo e estão sem nota. Por causa disso, o boletim escolar de uma adolescente de 17 anos causou dor de cabeça para os pais dela. Outros pais também reclamam.

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A mãe da estudante contou que percebeu o problema no início do ano, quando a filha revelou que estava sem aulas de biologia porque o professor estava de atestado. Segundo ela, a situação chegou ao limite no final do segundo bimestre, com o boletim novamente sem nota na disciplina.

– De que forma eles vão se preparar para o Enem e concorrer com os demais no vestibular? E como eles vão se formar se o boletim está em branco em biologia? – pergunta a mãe, indignada.

O cenário foi confirmado pela diretora da escola, Lucineia Soares de Medeiros. Ela explicou que o professor pegou vários atestados de 15 dias e que a escola não pode contratar outra pessoa quando o atestado é igual ou menor a uma quinzena.

– Nós contratamos uma professora temporária, mas ela saiu quando venceu o contrato e também porque ele voltou do atestado – justificou Lucineia.

A explicação é de que o colégio e a Gerência Regional de Educação (Gered) ficaram imobilizados pela lei. Ela argumentou que o funcionário tem direito de ficar afastado por doença e que a escola não pode contratar substituto antes que o caso seja resolvido.

Ainda não há previsão para a reposição do conteúdo do primeiro semestre. Em nota, a Gered informou que o caso já está com a Justiça e só poderá ser solucionado depois da decisão da ação civil pública proposta pelo Ministério Público de Santa Catarina.

O processo foi enviado pelo conselho deliberativo e Associação de Pais e Professores (APP) da escola. O grupo pediu o afastamento do professor e reposição das aulas.

Depois de receber uma notificação do Ministério Público, a Gered orientou o professor a passar por perícia médica para confirmar se realmente tem problemas de saúde que o impeçam de trabalhar.

A Gered só poderá contratar outro professor de forma legal se o educador for afastado pela Justiça ou pela perícia médica.