Eles estudam administração, planejamento, gerenciamentos de empresas, mas no último ano da faculdade estão contribuindo para administrar vidas. Depois de três meses debruçados na busca de recursos, 57 alunos da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) estão perto de entregar ao Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, dois importantes equipamentos para tratar queimaduras graves em crianças de zero a 14 anos. Para chegar lá, eles farão dois eventos, um nesta sexta-feira e outro no próximo domingo. A meta é arrecadar R$120,3 mil.
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A ideia de aliar o ensino empresarial à prática social partiu da sala de aula do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag) da Udesc para alunos do último ano do curso de administração. Como todos os anos a turma precisa entregar um projeto completo, desde o planejamento até a execução, o professor Leandro Costa Schmitz lançou o desafio: o trabalho tem que ser na área social e mostrar resultados efetivos na unidade que foi escolhida pelos alunos.
Com a tarefa em mãos, os futuros empresários escolheram a ala de queimados do Hospital Infantil Joana de Gusmão, na Capital. Primeiro descobriram o que a unidade mais precisava no momento, depois planejaram a ação com seus cronogramas, orçamentos e caminhos para a arrecadação de recursos e assim nasceu o Além da Pele.
– O hospital tem apenas um equipamento que auxilia na cirurgias das crianças queimadas, como ele tem que ficar por algum tempo na esterilização, a unidade só faz uma operação por dia, o que gera filas de espera no hospital. Com a compra de mais um, conseguiremos dobrar este número – explica a aluna Julia Baruffi Darolt.
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Com estes projetos de cunho empresarial focados na área social, o professor Leandro acredita que a universidade está, de alguma maneira, retribuindo à sociedade o estudo que é garantido ao alunos gratuitamente por se tratar de uma universidade pública.
– Os alunos não pagam para estudar e esta é uma maneira de agradecer ao Estado e a população – afirma o professor Leandro.
Hoje, segundo dados do hospital infantil, cada criança fica em média 16 dias internada e um paciente a cada dois dias precisa passar por cirurgia. Até setembro, 113 já haviam passado pela unidade com queimaduras graves.
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– Na maioria dos casos, as menores de seis anos se queimam na cozinha de casa acompanhada pelos pais e as de 6 aos 14 anos com álcool líquido. Geralmente são queimaduras graves e com apenas um equipamento conseguimos encaminhar para cirurgias somente os casos urgentes e as que ficam com cicatrizes precisam esperar. Com esta doação, poderemos dobrar o número de operações – diz o chefe da unidade de queimados do hospital, Maurício José Pereima.
Como ajudar
Os alunos recebem doações em dinheiro, materiais como conjuntos para refeição, macas, cadeiras e doação de brinquedos. Também é possível doar participando de um dos eventos abaixo. Todo o valor arrecado será revertido na compra dos equipamentos.
Sexta-feira (26)
O quê: festa mexicana
Horário: a partir das 22h
Onde: 1007 – Alameda Adolfo Konder, Centro
Atrações: DJs Lil Santos, João Rosa, Lelo Rosa e M&M
Quanto: R$ 20 ( antecipado) e R$ 25 (na hora)
Domingo (04/11)
O quê: Trattoria Solidária – almoço com buffet de massas – open bar e open food
Horário: 12h
Onde: Costão do Santinho Resort (Salão Cascaes). Estrada Vereador Onildo Lemos, Praia do Santinho
Atrações: bandas Em Cima da Hora, Acústico Mahala, Acústico Pepe, Acústico Pedro Collaço e Thomas Pessoa
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Quanto: R$ 50 / crianças de seis a 12 anos pagam R$ 25 e menores de seis anos não pagam.
Sobre doações: contato@projetoalemdapele.com.br ou pelo telefone (48) 9927-8937
O que será doado
Valor total: R$ 120,3 mil
1 – Expansor de pele (R$ 42,5 mil)
1 – Dermátomo (R$ 65,4 mil)
8 – Cadeiras de acompanhantes (R$ 6,9 mil)
4 – Camas retráteis ( R$ 3,4 mil)
1 – Maca ( R$ 630)
* mais R$ 1,4 mil em produtos utilizados nas cirurgias
Como são usados os equipamentos
O expansor de pele e o dermátomo permitem a ampliação do tamanho da pele em até 300%. Com eles o médico deixa de trabalhar com uma técnica artesanal para trabalhar com uma técnica de ponta. Sem o dermátomo a retirada da pele dos pacientes queimados era feita através de bisturi e lâmina, com este equipamento a retirada é feita em tiras, com maior rapidez e menor espessura chegando no máximo a três milímetros.
Números de crianças com queimaduras graves no Joana de Gusmão
2011: 147
2012 (até setembro): 113
Média de internação: 16 dias